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Festival de Brasília aposta em cineastas estreantes na ficção
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ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
É com o ar de novíssimo que um dos mais longevos festivais de cinema do Brasil pretende se apresentar ao público em sua 43ª edição.
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O Festival de Brasília, que procurou atravessar todas estas décadas fiel ao espírito de seu patrono, o ensaísta Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977), firmando-se como essencialmente nacional e atento à "inovação", chega à edição 2010 sem grifes e sem os chamados filmes "aguardados".
"Foi proposital", assegura Fernando Adolfo, diretor do evento. "Quisemos apresentar um quadro do novíssimo cinema brasileiro."
O festival começa hoje à noite com a exibição, em cópia restaurada, do longa "Lílian M: Relatório Confidencial" (1975), do cineasta Carlos Reichenbach, e será encerrado no próximo dia 30 com "Os Deuses e os Mortos" (1970), de Ruy Guerra.
Divulgação | ||
Cena de "Transeunte", longa de estreia do cineasta Eryk Rocha na ficção, que compete no Festival de Brasília |
Se, no início e no fim, a programação se relaciona com o passado, o mesmo não se pode dizer do meio.
Todos os seis longas-metragens selecionados para a mostra competitiva são assinados por diretores estreantes no formato.
Apenas dois dos cineastas, João Jardim e Eryk Rocha, já haviam feito longas, mas documentais --"Janela da Alma" (2002) e "Pachamana" (2008), respectivamente.
Em Brasília, ambos debutarão na ficção.
A competição traz dois filmes mineiros, "Os Residentes" (Tiago Mata Machado) e "O Céu sobre os Ombros" (Sérgio Borges), três do Rio, "A Alegria" (Felipe Bragança e Marina Meliande), "Amor?", (João Jardim) e "Transeunte" (Eryk Rocha), e um de Pernambuco, "Vigias" (Marcelo Lordello).
Dos 38 longas-metragens inscritos, 21 eram 100% inéditos, ou seja, não tinham sido exibidos em nenhum outro festival. Foi dada preferência a eles.
"Brasília precisa ter um diferencial. Hoje, há mais cem festivais no Brasil. Como ter uma cara própria?", pergunta Adolfo. O ineditismo é uma maneira. A aposta no desconhecido é outra.
"São todos filmes autorais", diz. E herméticos também? "Não, pelo menos quatro deles terão um diálogo grande com o público."
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