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27/01/2011 - 09h50

Renato Kramer: O tênue limite da invasão

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RENATO KRAMER
COLUNISTA DA FOLHA

Como saber se já conquistamos tamanha liberdade que nos permita "brincar à vontade" com o indivíduo ao nosso lado?

De um termo que foi chamado pela dançarina Jaqueline, o administrador pernambucano Daniel se sentiu invadido em sua privacidade. "Senhora". Aparentemente sem nenhuma malícia, Jaqueline sentiu que talvez já tivesse intimidade suficiente para chamá-lo assim. Não tinha. E ele demonstrou na hora, com bastante firmeza.

Parece um pormenor completamente sem importância, não? Não. Não é. Relações que poderiam desencadear em grandes amizades por vezes são truncadas abruptamente por esses pequenos incidentes. Ganhar a confiança de alguém é algo difícil e trabalhoso. Perdê-la "é dois palitos".

Fred Rozário/Divulgação/TV Globo
Daniel, do "BBB11": brincadeira de Jaqueline levanta questões sobre intimidade entre conhecidos
Daniel, do "BBB11": brincadeira de Jaqueline levanta questões sobre intimidade entre conhecidos

Abalada com a reação de Daniel, Jaqueline desabafou com algumas "sisters" que realmente não tinha tido a intenção de magoá-lo, que fora só uma forma leve de ironia que deveria diverti-lo e não agredi-lo. O tiro saiu pela culatra.

Tempestade em copo d'água? Talvez. Mas só a própria criatura sabe onde aperta o seu calo. Muitos anos de repressão ou até mesmo de uma possível não-aceitação talvez não sejam tão "simplinhos" assim de resolver numa hiperexposição como o "BBB".

E a produção do programa não teria percebido a postura do candidato na hora da seleção? Seria casual que a mise-en-scène dos atuais possíveis gays da casa (Daniel e Lucival) fosse discreta e enrustida enquanto a dos do programa anterior (Dicésar e Serginho) fosse assumida e efervescente? Ora, se foi um erro, foi primário demais.

Por esse ou por aquele motivo, briguinha à toa ou coisa mais grave para os protagonistas da contenda, uma coisa é certa: é muito tênue o limite que separa a liberdade que damos ao outro e a liberdade que o outro acha que lhe demos.

Concordar ou não com a reação de Daniel à "senhora" aparentemente sem maldade que Jaqueline usou para dirigir-se a ele é um direito de cada um. Tratar o caso como "frescurite aguda" pode ser um tanto leviano.

Boatos dão conta de que vai haver paredão na próxima sexta e entrará um novo casal. Cartas na manga? Nem o diretor, nem o apresentador, nem ninguém dessa produção, que envolve milhões, nasceu ontem. É claro que, apesar de tudo, pode desandar o bolo. É hora, então, de apelar para as atrações! Bruno e Marrone.

A famosa dupla sertaneja fez um show especial para os "brothers". Músicas novas e antigos sucessos foram acompanhados pelos "Bang Bang Brothers" vestidos à caráter. Mas quem se destacou desta vez foram as meninas: todas no gargarejo, dançando o country brasileiro de pernocas de fora. Elas até poderiam fazer coro à cantora Waldireni (a "Garota do Roberto") que nos anos 60 cantava com orgulho: "e tenho mil razões pra ser assim, a minissaia fica bem em mim"!

Jaqueline dançava numa ponta da fila... Daniel na outra.

 

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