Berlinale ainda espera o iraniano Jafar Panahi

O 61º Festival de Cinema de Berlim, que começa nesta quinta-feira e prossegue até 20 de fevereiro, ainda aguarda o cineasta iraniano Jafar Panahi, em prisão domiciliar em Teerã, para que possa atuar como membro do júri, afirmou a atriz Isabella Rossellini, presidente do júri.

"Ainda esperamos que tenha condições de vir. Não desistimos. A presença dele em um festival internacional é importante, e é importante que sigamos pensando nele", declarou Isabella Rossellini à imprensa.

A atriz italiana fez a declaração diante dos outros membros do júri e de uma cadeira vazia que representava Jafar Panahi.

Pela terceira vez desde o Festival de Cannes em maio do ano passado e da Mostra de Veneza em setembro, Jafar Panahi foi convidado a integrar um júri, mas condenado no Irã a seis meses de prisão e a 20 anos de proibição de rodar filmes por ter feito imagens das manifestações contrárias ao regime em 2009, o cineasta está atualmente em prisão domiciliar em Teerã.

"A liberdade de expressão é a liberdade do artista. É isto que a Berlinale quis destacar ao convidá-lo, sabendo ao mesmo tempo em que era possível que não pudesse viajar", disse Rossellini.

Jafar Panahi, 50 anos, ganhou a Câmara de Ouro em 1995 em Cannes por "O Balão Branco", o Urso de Prata em Berlim-2006 por "Fora de Jogo" e o Leão de Ouro em Veneza-2000 por "O Círculo".

A Berlinale programou para sexta-feira 11 de fevereiro, data de aniversário da revolução iraniana, uma "jornada especial Jafar Panahi", com a exibição de diversos filmes.