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Cineastas lançam olhar sobre debate ambiental na TV
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GUILHERME BRENDLER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Há quatro anos, a produtora de cinema e televisão Ana Dip teve uma ideia durante uma conversa com Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo. "Vamos produzir um programa de TV sobre socioambientalismo", pensou ela.
A ideia de Ana, "Somos 1 Só", foi concretizada e começa a ser exibida pelo canal SescTV a partir de 15 de abril. A série tem oito episódios que tratam da relação do homem com o ambiente e outros assuntos relacionados com o tema como consumo, espiritualidade, trabalho, educação e poder.
Para dar peso à ideia, cada episódio foi dirigido por um cineasta. Muitos deles com experiência em longas de ficção e documentais, como Lirio Ferreira ("Árido Movie", "O Homem que Engarrafava Nuvens") e Toni Venturi ("O Velho, a História de Luiz Carlos Prestes" e "Cabra-Cega").
O roteiro de todos os episódios ficou a cargo de José Roberto Torero ("Pelé Eterno", "Como Fazer um Filme de Amor").
"Somos 1 Só" foi produzido em conjunto pelo SescTV e pela TV Cultura. Cada uma das emissoras desembolsou metade do investimento total, R$ 1,6 milhão.
Piu Dip/Divulgação | ||
Mario Bortolotto (à esq.) vive o Diabo e José Mojica Marins faz papel de Deus em "A Espiritualidade e a Sinuca" |
Além de ter tido a ideia, Ana Dip foi a responsável pelo argumento e pela direção geral da série. Ela diz que o maior desafio para realizar o projeto foi tornar atraente um tema em geral sisudo.
A solução foi misturar ficção com documentário porque, segundo Ana, "assim é possível atrair um número maior de espectadores".
Dip conta que os episódios foram construídos com o auxílio de especialistas em cada um dos temas abordados para dar base teórica.
O antropólogo Eduardo Viveiros, por exemplo, foi o consultor do episódio dirigido por Toni Venturi. Nele, um chimpanzé inicia um diálogo com um homem no zoológico sobre a pretensa superioridade dos humanos sobre os animais.
No episódio dirigido por Lirio Ferreira, o ator Mario Bortolotto interpreta o diabo, e José Mojica Marins, o Zé do Caixão, faz o papel de Deus. Em volta da sinuca, os dois conversam sobre a existência humana, a fé e o poder da espiritualidade.
Enquanto isso, o jornalista Xico Sá questiona populares na avenida Paulista a respeito do que fazer com o corpo depois que morrermos.
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