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21/05/2011 - 09h34

Prêmio no Festival de Cannes não garante público

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ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A CANNES

Que Cannes é um negócio e tanto para as empresas que atrelam sua marca ao festival e para os grandes filmes que têm no tapete vermelho uma plataforma de lançamento, todos sabem.

O que nem todo mundo sabe é o quanto a cobiçada Palma de Ouro, que será entregue amanhã no Palais des Festivals, se reverte em dinheiro, nas bilheterias.

Um ano depois do prêmio entregue a "Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas", a pergunta "quanto vale a Palma?" foi ouvida com frequência na avenida Croisette.

Jonathan Short - 17.mai.11/Associated Press
Público assiste a filme projetado em van que oferece cadeira e taça de vinho, em Cannes
Público assiste a filme projetado em van que oferece cadeira e taça de vinho, em Cannes

É que a produção do tailandês Apichatpong Weerasethakul arrecadou, no mundo, cerca US$ 1 milhão (R$ 1,6 milhão), valor insignificante para o mercado de cinema.

No Brasil, o filme fez 180 mil espectadores. Na França, foi visto por 128 mil pessoas.

"Pode parecer pouco, mas é cinco vezes mais do que qualquer outro filme do Apichatpong já fez na França", observa o distribuidor francês Philipe Legrand.

E a França é, ao lado do Japão, o país que mais valoriza a Palma de Ouro.

No país, os títulos que passaram pela competição de Cannes e não só os que obtiveram o prêmio máximo tendem a ser a sensação da "rentrée", na volta das férias de agosto.

Os norte-americanos, por sua vez, tendem a dar pouca importância ao que acontece no festival francês.

SUCESSOS

O único ganhador da Palma de Ouro, na última década, que estourou nos cinemas dos EUA foi "Fahrenheit 9/11", de Michael Moore.

O segundo filme mais bem sucedido em termos comerciais foi "O Pianista", de Roman Polanski.

Já "Dançando no Escuro", que deu a Palma ao agora "persona non grata" Lars von Trier, teve lançamento de filme de arte nos Estados Unidos. O que o salvou foi a boa média de espectadores em diversos países.

COBIÇADOS

"A primeira coisa que a Palma faz com um filme é mudar a distribuição dele no mundo", diz Jonathan Taylor que, em 2010, adquiriu os direitos de "Tio Boonmee" para alguns mercados pequenos.

"Só consegui ficar com o filme porque o havia comprado antes do anúncio do resultado. Mesmo um filme assim, se ganha a Palma, muita gente quer comprar."

E isso acontece porque, com a Palma de Cannes carimbada no pôster, o filme ganha uma chancela crítica e tem, além disso, espaço praticamente garantido na imprensa.

BILHETERIA DAS PALMAS DE OURO

"Dançando no Escuro": U$ 42,2 mihões (2000)
"O Quarto do Filho": US$ 16 milhões (2001)
"O Pianista": US$ 120 milhões (2002)
"Elefante": US$ 10 milhões (2003)
"Fahrenheit 9/11": US$ 222,5 milhões (2004)
"A Criança": US$ 5,8 milhões (2005)
"Ventos da Liberdade": US$ 22,6 milhões (2006)
"Quatro Meses, Três Semanas e Dois Dias": US$ 5 milhões (2007)
"Entre os Muros da Escola": US$ 27 milhões (2008)
"A Fita Branca": US$ 22,6 milhões (2009)
"Tio Boonmee": US$1,1 milhão (2010)
Fonte: Box Office Mojo

 

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