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Paul McCartney relança álbuns solo que marcaram sua carreira
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CARLOS GOSCH
DA EFE
Paul McCartney lançou, sozinho, em 1970 um disco que certificou a morte dos Beatles e dez anos mais tarde pôs fim à aventura de seu grupo Wings com outro álbum como solista. Nesta terça-feira, esses dois trabalhos de ruptura voltam às lojas, em versões remasterizadas e com material extra.
O álbum "McCartney", lançado originalmente em abril de 1970, foi enviado à imprensa acompanhado de uma entrevista na qual Paul confirmava um boato recorrente: os Beatles não voltariam a tocar juntos.
Após a gravação de "Abbey Road", em 1969, quando a dissolução do grupo era inevitável, McCartney se refugiou em uma fazenda da Escócia com a esposa Linda e começou a gravar as músicas de seu primeiro trabalho solo.
O resultado foi um álbum minimalista, completamente distinto da grandiosidade do trabalho final dos Beatles, no qual McCartney tocava todos os instrumentos e Linda auxiliava nos vocais - além de transformar a artística foto da capa em um ícone pop.
Divulgação | ||
Capas dos álbuns "McCartney", de 1970, "McCartney II", de 1980, relançados pelo músico esta semana |
Paul retornou aos estúdios de Abbey Road para completar algumas músicas do disco, como a monumental "Maybe I'm Amazed", considerada uma das melhores canções de sua carreira solo.
Mas a maioria das músicas de "McCartney" é acústica ("Every Night" e "Junk"), algumas delas instrumentais, com as quais Paul tentava escapar da enorme sombra dos Beatles e se mostrar um músico completo.
Apesar da ousada proposta, o álbum alcançou o primeiro posto das listas norte-americanas - no Reino Unido foi "apenas" o número dois - e passados mais de 40 anos permanece como um dos trabalhos mais brilhantes do músico britânico.
"McCartney" retorna agora ao mercado com som remasterizado que devolve o frescor a canções básicas, limpas e sem a pretensão de concorrer com os clássicos que Paul assinou com John Lennon. A nova edição inclui um CD com takes alternativos e versões ao vivo, além de um DVD que narra a história da gravação do disco.
Com o tempo, McCartney voltaria a compor canções mais "comerciais" e emendaria uma longa série de sucessos com uma banda de acompanhamento, o Wings, formada com Linda e o guitarrista Denny Laine, durante os anos 1970.
Com o Wings, Paul recuperou o prazer de tocar ao vivo - algo que não fazia desde 1966 quando os Beatles abandonaram os palcos -, mas em 1980 se cansou da aventura e voltou a se fechar em casa para, de novo, trabalhar sozinho.
"McCartney II" voltava a ter o caráter experimental de seu antecessor, mas seu som era completamente diferente. Paul abusou dos sintetizadores que começavam a fazer a cabeça dos músicos naquela época.
Não se esqueceu de incluir um sucesso, o single "Coming Up", que abria o álbum com o qual voltou a ser número um no Reino Unido. Desta vez, ficou na terceira posição nos Estados Unidos. A remasterização não conseguiu apagar os efeitos enfadonhos dos sintetizadores em "McCartney II", mas o disco oferece joias como "On The Way".
O material extra que acompanha esta edição recupera raridades e lados B ("Check My Machine", "Secret Friend") e a natalina "Wonderful Christmastime".
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