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05/09/2011 - 12h01

Festival de Curaçao se estabelece com eclética fórmula musical

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CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A CURAÇAO

Não é qualquer artista que tem o privilégio de ser chamado ao palco por uma multidão de milhares de fãs que decidem cantar, espontaneamente, um de seus sucessos. Foi assim que a ansiosa plateia do Curaçao North Sea Jazz Festival recebeu, às 23h15 de sábado, o cantor e compositor norte-americano Stevie Wonder. A declaração de amor contida na canção "I Just Called to Say I Love You" ganhou novo sentido.

O dançante show de Stevie Wonder encerrou um evento musical que, já em sua segunda edição, demonstrou um expressivo crescimento. Com ingressos esgotados há dias para a noite do sábado, a circulação do público pelos três palcos instalados no complexo do World Trade Center tornou-se difícil, em alguns momentos.

Por volta das 22h, a produção chegou a improvisar uma barreira, para diminuir o acesso ao palco onde se apresentava o cantor e compositor panamenho Rubén Blades, cuja plateia já estava no limite de sua capacidade.

Ann Heisenfelt/Associated Press
Cantor Stevie Wonder se apresenta em Washington (EUA) em agosdo deste ano
Cantor Stevie Wonder se apresenta em Washington (EUA) em agosdo deste ano

A noite de sábado também confirmou o sucesso da eclética fórmula musical desse evento. Obviamente, uma parte do público estava ali para ouvir os hits de Stevie Wonder, que marcaram a história do pop e da black music norte-americana. Mas as multidões que se formaram para acompanhar os shows do jazzista cubano Roberto Fonseca, do cantor e compositor dominicano Juan Luis Guerra e do músico e ator panamenho Rubén Blades provaram que o grande público não se contenta apenas com a mediocridade musical veiculada pelas rádios e TVs.

Quem circulou pelos três palcos, no sábado, teve a chance de ouvir um sintético panorama da moderna música popular da América Latina: o jazz afro-cubano e as contradanças de Chucho Valdés e Roberto Fonseca, as bachatas e os merengues de Juan Luiz Guerra, a salsa de Rubén Blades, além dos ritmos nativos da própria ilha de Curaçao, exibidos pelo tecladista Ronchi Matthew.

Na noite anterior, o saboroso cardápio musical oferecido variou mais entre o jazz e a black music.

O pianista panamenho Danilo Perez, o saxofonista Branford Marsalis (que toca em São Paulo nesta semana) e o percussionista Poncho Sanchez (com participação especial do trompetista Terence Blanchard) fizeram apresentações de alta qualidade jazzística.

Já as bandas Earth, Wind & Fire e Chic (comandada por Nile Rodgers) excitaram suas plateias com muitos hits dançantes dos anos 70 e 80.

Prejudicada pela concorrência direta com o show do astro pop britânico Sting, a cantora norte-americana Sharon Jones não escondeu sua decepção ao ver grande parte da plateia sair, no meio de sua apresentação.

"Sem problema. Esta é minha primeira vez em Curaçao, mas não vou deixar de dar o máximo de mim a vocês que ficaram aqui", disse, aplaudida euforicamente pelas centenas de felizardos de a viram incendiar o palco com seu clássicos funks e rhythm & blues.

Não havia artistas do Brasil nessas duas noites (só a pianista paulista Eliane Elias participou dos shows preliminares do festival), mas mesmo assim a música brasileira não ficou de fora.

A cantora norte-americana Dione Warwick dedicou parte de seu show de ontem a um tributo ao Brasil, que incluiu "Águas de Março" e "Corcovado", de Tom Jobim. E o jazzista curaçolenho Ronchi Matthew surpreendeu a plateia com um saboroso samba instrumental de sua autoria, anunciando, com um sorriso: "Nunca estive no Brasil, mas vejam do que o amor pela música é capaz".

O jornalista Carlos Calado viajou a convite da Oficina de Turismo de Curaçao.

 

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