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29/09/2011 - 23h06

Samba é forma diferente de preguiça, diz psicanalista

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DE SÃO PAULO

A psicanalista Maria Rita Kehl definiu o samba como "uma forma diferente de preguiça, em que o corpo se entrega ao ritmo", durante palestra na noite desta quinta-feira (29) no ciclo "Mutações - Elogio à Preguiça", no Sesc Vila Mariana, em São Paulo.

Na palestra, intitulada "Boêmia e Malandragem: a Preguiça na Cadência do Samba", Kehl disse que "a preguiça é tema de enorme quantidade de sambas, embora raramente com esse nome". Malandragem, boemia, vadiagem e orgia são os termos que, segundo ela, mais foram utilizados pelos sambistas, sobretudo no período que vai do final dos anos 10 até os anos 30 do século 20.

A psicanalista destacou a incompatibilidade entre samba e trabalho nas letras dos sambas dessa fase --citou principalmente obras de Noel Rosa, Wilson Batista e Ismael Silva--, até que, com a chegada do Estado Novo, em 1937, o elogio ao trabalhador passou a ser a tônica.

Na maior parte do tempo, porém, Maria Rita Kehl traçou um longo histórico do surgimento do samba, desde as origens nos rituais religiosos dos escravos, na Bahia, até a consolidação do ritmo a partir dos encontros dos negros no bairro do Estácio, no Rio, fugindo bastante ao tema central da palestra.

Ao final, lembrou as músicas de Chico Buarque que remetem à malandragem, como "A Volta do Malandro" e "Vai Trabalhar, Vagabundo".

"Hoje o tema da vadiagem não é mais dos negros, que precisam trabalhar e se inserir na sociedade", concluiu.

Divulgação
Maria Rita Kehl na Flip, em 2009; seu livro "O Tempo e o Cão" foi escolhido como melhor do ano pelo prêmio Jabuti
Maria Rita Kehl na Flip (Festa Literária de Paraty) de 2009
 

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