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30/09/2011 - 19h02

'Discurso do cinema nacional chega a ser caricatura', diz Safatle

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AMANDA QUEIRÓS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Ao encerrar na tarde desta sexta (30) o seminário "Novos Perspectivas para o Cinema e para o Audiovisual Brasileiro", durante o 44º Festival de Brasília, o filósofo e colunista da Folha Vladimir Safatle defendeu a filmografia argentina frente ao cinema nacional.

Para ele, o sucesso de "Cidade de Deus" (2002), de Fernando Meirelles, fez a cinematografia do país se acomodar à estética da espetacularização para tratar de seus problemas sociais.

"Isso tem a ver com um certo caráter monocórdico de pensarmos a nossa realidade. São apenas três ou quatro perspectivas que acabam alimentando o nosso fazer cinematográfico. É impressionante como o discurso chega a ser uma caricatura", disse.

O principal exemplo citado por ele está nos filmes que retratam as ditaduras militares do Brasil e da Argentina. "Todos eles têm a mesma cara no que diz respeito ao modelo de reflexão social. Já o cinema argentino fez outras escolhas. Ali está em jogo como a sociedade pensa a si mesma e como narra os impasses de sua sociedade", afirmou.

Segundo o filósofo, isso é um reflexo da forma como o Brasil revê a sua própria história. "Vemos a experiência política brasileira como uma sucessão de batalhas perdidas, um discurso que não tem mais vida. Isso faz com que as representações sejam, de certa maneira, também falidas."

A repórter AMANDA QUEIRÓS viajou a convite do festival

 

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