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14/10/2011 - 15h37

Umberto Eco declara fascínio por mentiras na Feira de Frankfurt

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JOSÉLIA AGUIAR
ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT

Um senhor erudito e vetusto, ao visitar a Feira do Livro de Frankfurt no fim da manhã desta sexta-feira, fez mais sucesso que Charlotte Roche, a moça à frente das listas de mais vendidos alemães que compareceu ao evento na véspera.

O italiano Umberto Eco, 79, que lança agora "O Cemitério de Praga", teve quase quatro vezes mais gente na plateia e na fila de autógrafos do Sofá Azul, série de conversas com escritores na Feira do Livro de Frankfurt.

O novo romance de Eco se baseia numa história real de fraude: o Protocolo dos Sabios de Sião, documento sobre suposto complô dos judeus para dominar o mundo que, mesmo após se comprovar décadas atrás de que se trata de uma falsificação, continua a ser traduzido como se fosse verdadeiro.

John MacDougall/France Presse
Escritor Umberto Eco fala sobre seu novo livro na Feira do Livro de Frankfurt
Escritor Umberto Eco fala sobre seu novo livro na Feira do Livro de Frankfurt

Para ter uma medida da popularidade de Eco: a toda-sorrisos Charlotte Roche, 33, britânica radicada na Alemanha, acaba de publicar seu novo e segundo livro "Schlossbete" --segundo os críticos, tão pornográfico quanto o de estreia, que no Brasil tem o título de "Zonas Úmidas" (Objetiva).

No Sofá Azul, Eco explicou que tem fascínio por histórias que envolvem mentiras, intrigas e estupidez.

"A mentira é algo profundamente humano. Animais, como o camaleão, podem até se camuflar. Mas só o homem pode mentir deliberadamente", argumentou o escritor.

Tanto quanto a mentira, a estupidez humana também o deixa admirado, pois, segundo afirmou Eco, "a inteligência é algo banal".

Semiólogo italiano que há três décadas começou a escrever ficção --"O Nome da Rosa", seu policial medieval, tornou-se best-seller na década de 1980--, Eco afirmou que é contra o politicamente correto na literatura. "Quasímodo não teria sido inventado", explicou, referindo-se ao personagem clássico de "O Corcunda de Notre Dame", de Victor Hugo.

 

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