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'Winter, o Golfinho' se perde em roteiro com muitas histórias paralelas
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GABRIELA ROMEU
EDITORA-ASSISTENTE DA FOLHINHA
"Winter, o Golfinho" é uma história de superação, com momentos reservados a um choro contido no cinema. Assim como os filmes de sua linhagem, tem como trunfo um bicho carismático, dessa vez inspirado em drama da vida real --e só por sabermos disso já podemos computar umas lágrimas a mais.
Dirigido por Charles Martin Smith, o filme traz a história de um golfinho fêmea que foi pego numa armadilha para caranguejos, o que comprometeu a cauda do animal. Resgatado na praia, o golfinho é levado para um hospital marinho, onde vai viver sua saga de reabilitação.
Divulgação |
Cena de "Winter, o Golfinho" |
Primeiro, perde a cauda e não conseguirá sobreviver. Com a ajuda de um biólogo marinho e de um médico de prótese (Morgan Freeman), o animal passará por diversas tentativas de reabilitação.
Assim como Winter, o menino Sawyer (Nathan Gamble, de "Marley e Eu") parece meio desinteressado da vida. Abandonado pelo pai, o garoto parece rumar para uma adolescência problemática quando demonstra devoção pelo golfinho. Em momento de transição na vida, o menino também tem sua história de superação.
Já não bastassem tantos dramas pessoais (ou animais), o primo de Sawyer, um jovem soldado, sofre um acidente e fica preso a uma cadeira de rodas. Terá que abandonar sua carreira como nadador de sucesso. Paralelamente, o hospital marinho que serve de morada para Winter corre o risco de fechar por falta de financiamento.
Com tantos enredos paralelos, parece que os roteiristas não apostaram todas as fichas na saga particular de Winter, que hoje atrai muitas pessoas, inclusive com deficiência física, nos Estados Unidos e tem arrastado o público aos cinemas americanos.
O resultado é um filme morno, que mais se prepara para um final previsível do que dá conta de desenvolver a história de um animal que exerce tanto carisma.
Os momentos, digamos, mais fofos, da amizade entre menino e golfinho, por exemplo, são trunfos que se diluem na piscina de tratamento de Winter. Demoram a acontecer. Parece que a emoção é mais provocada por sabermos se tratar de uma história real do que pelo próprio desenrolar do filme. Deu vontade de rever "Flipper".
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