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28/10/2011 - 07h03

Orquestra Sinfônica Municipal apresenta "Réquiem", de Verdi

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JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Teatro Municipal de São Paulo voltou a funcionar de maneira ambiciosa. Com o Coral Lírico ao lado do Coral Paulistano, a Orquestra Sinfônica Municipal e mais quatro solistas vocais de Trieste, programou, para hoje e amanhã, o "Réquiem", de Giuseppe Verdi (1813-1901), regido por Abel Rocha.

Serão 80 instrumentistas e 130 cantores no palco, nessa que foi uma das peças mais grandiosas do compositor, estreada em 1874, no primeiro aniversário da morte de Alessandro Manzoni, um dos arquitetos da reunificação política italiana.

Verdi, um homem fundamentalmente de óperas, escreveu duas missas de réquiem, a primeira em 1869, em homenagem a Rossini. A que homenageia Manzoni é, no entanto, a mais conhecida e interpretada.

Os solistas, que vieram a São Paulo num dos intercâmbios do Ano da Itália no Brasil, são a soprano Carmen Giannattasio, a mezzo Tiziana Carraro, o tenor Cristiano Cremonini e o baixo Riccardo Ferrari.

Abel Rocha assumiu a direção artística do Municipal em fevereiro e está remotivando a orquestra da qual é também o regente titular. "Os músicos ficaram três anos, durante o fechamento do teatro para reformas, sem lugar fixo para tocar. Além disso começaram a perder a noção de seu repertório."

Mais da metade deles nunca havia feito esse "Réquiem". Na recente montagem de "Rigoleto", apenas 13 haviam participado de produções anteriores da ópera. "Há poucos que já fizeram a "Oitava" ou a "Nona" de Beethoven", diz o maestro.

Um dos projetos formulados para a orquestra consiste, portanto, em retomar o rumo do repertório operístico e sinfônico. "Não basta apenas a capacitação técnica. É preciso reabituar a interpretação em conjunto, com o timpanista reaprendendo a intervir, e é um exemplo, de acordo com o pizicato dos contrabaixos."

Abel Rocha também diz que o "Réquiem" é ainda uma oportunidade para juntar os dois coros --algo raro nos últimos anos-- e colocá-los numa programação que, em sua primeira versão, previa que eles atuassem numa única montagem de ópera, "O Morcego", de Johann Strauss, que fechará a temporada de 2011.

O "Réquiem, com 90 minutos de duração, foi escrito durante três meses, em Paris. Sua estreia na Catedral de Milão foi seguida de uma apresentação no teatro Scala, ambas sob a regência do próprio compositor, que sugeriu à prefeitura da cidade cobrir o cachê do grupo excepcionalmente numeroso de músicos, enquanto o próprio Verdi pagaria pelas cópias utilizadas em cena.

O historiador da ópera Sérgio Casoy, em texto no programa de hoje, recorda que o maestro alemão Hans von Büllow, em Milão no dia da estreia, publicou anúncio em que afirmava que não testemunharia algo do "corruptor onipotente do gosto artístico italiano". Wagneriano e antiverdiano radical, Von Büllow se comoveu aos prantos quando ouviu pela primeira vez o "Réquiem", 18 anos depois. E enviou a Verdu uma carta a Verdi, pedindo para ser perdoado.

RÉQUIEM, DE VERDI
QUANDO hoje e amanhã, às 17h
ONDE Teatro Municipal, pça. Ramos de Azevedo, s/n, centro, tel. 0/011/3397-0327
INGRESSOS de R$ 15 a R$ 50
CLASSIFICAÇÃO 7 anos

 

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