Para reverter prejuízo, JBS quer vender mais item processado

Em busca de melhores resultados, a JBS, líder mundial em carnes, quer mais produtos industrializados em seu negócio nos próximos anos.

Do faturamento de R$ 60 bilhões estimado pela empresa para este ano, 30% vêm de produtos industrializados (incluindo lácteos), que têm margem de lucro maior.

"É viável chegar a uma participação de 50% nos próximos anos", afirma Wesley Batista, presidente da JBS.

Para isso, ele colocou a meta de aumentar o faturamento de industrializados em 50% "nos próximos anos".

No caso das carnes, o desafio é fazer o consumidor reconhecer a carne Friboi --escolhida como marca de massa-- e a pagar um prêmio pelo produto rastreado.

"Queremos fazer o consumidor pedir a carne com origem. Isso tem valor agregado", diz Renato Costa, diretor da divisão de carnes.

Em outubro, a JBS começou a veicular um filme institucional na TV e, anteontem, lançou campanha promocional para a marca Friboi.

A empresa segue os passos de sua rival Marfrig, que, também com o objetivo de melhorar seu balanço, decidiu investir com força na marca Seara, há cerca de dois anos.

Depois de amargar prejuízo de R$ 264 milhões em 2010, a JBS acumula perda de R$ 183 milhões neste ano.

LÁCTEOS E COURO

Para melhorar os números, a empresa também aguarda, para 2012, economia de US$ 500 milhões, em todo o mundo, por meio de cortes de gastos e melhoras na gestão.

O objetivo de aumentar a receita ao agregar valor aos produtos também passa pela área de couros -a meta é elevar a participação do produto acabado na receita dos atuais 30% para 50% em 2012.

Em lácteos, o foco está nos derivados, como requeijão e queijos especiais, além de aumentar o valor das marcas Vigor, Faixa Azul e Danubio.

A JBS traçou a ambiciosa meta de faturar R$ 5 bilhões com lácteos em 2015, ante o R$ 1,5 bilhão atual, mas não divulgou investimentos na produção. Em tempos de cortes, que podem atingir 50% dos aportes em 2012, o foco é trabalhar marcas.