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22/01/2012 - 13h55

Consumidor descobre sacola 'de charme'

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MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

"Ecobags? Adoro." Esse é um dos discos mais tocados atualmente entre os "fashion makers". Quem visitar os estandes da São Paulo Fashion Week, até o dia 24, e aceitar os brindes oferecidos dificilmente sairá com menos de cinco simpáticas sacolinhas a tiracolo. O que não configura uma ideia exatamente sustentável. Afinal, a proposta é de consumo consciente.

Mas o que é uma ecobag? Ou melhor, será que toda ecobag é eco? E o que é eco? Rigorosamente, "eco" significa a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável em todas as etapas do processo de fabricação -a origem da matéria-prima, o impacto na comunidade, a economia de energia poluente.

No Brasil, são pouquíssimas as sacolas retornáveis disponíveis que cumprem esses requisitos, até porque o preço vai às alturas. Uma legítima ecobag como a da Osklen, feita de lona de juta da Amazônia e confeccionada por uma comunidade de costureiras do Rio de Janeiro, não sai por menos de R$ 200.

As opções mais baratas que se aproximam desse conceito são as ecobags feitas de material reciclado -e aí entra inclusive o "faça você mesmo", utilizando as roupas velhas da casa.

ALTERNATIVAS

Para os menos ortodoxos, o mercado hoje oferece inúmeras alternativas. Há as de algodão, ráfia, papel, papelão, náilon, PET reciclado, palha, tecidos sintéticos... Os preços (e os tamanhos das sacolas) variam ao gosto do freguês. Em geral, ficam entre R$ 5 para produtos mais simples e R$ 40, com modelos assinados por estilistas como Alexandre Herchcovich.

É comum o uso de frases de efeito -na sacola criada pelo designer Marcelo Rosenbaum, por exemplo, "o amor é a essência do universo".

"A sacola não precisa necessariamente ser feita com tecido ecológico. O que a define é a durabilidade e a resistência, que vai proporcionar um tempo de uso maior", diz Lilian Pacce, do GNT Fashion. A consultora e "stylist" Chiara Gadaleta afirma: "O princípio da ecobag é você ter uma só. Ou duas, uma para o shopping e outra para o supermercado".

Escolhê-las é uma questão de estilo. Há as coloridas, as minimalistas, as "high-tech", as artesanais, as de vovó -com o espírito vintage das boas e velhas sacolas de feira que a moda agora resgata.

Lilian lembra que os modelos impermeáveis ou laváveis são recomendados para quem for ao supermercado. Ela prefere os dobráveis, que são mais práticos e cabem no porta-luvas do carro. Chiara sugere modelos retangulares, espaçosos, de alças largas, para quem for ao shopping.

COMUNICAÇÃO

"Elas são práticas e dão uma cara moderna", diz Chiara. Usá-las seria uma espécie de "fashion statement". "O 'look' de cada um constitui uma importante forma de se comunicar. As ecobags transmitem um despertar da consciência." Mas ela não gosta de ouvir dizer que as sacolas estão na última moda. "É um desserviço porque a moda é frívola, passageira."

Seja como for, o "frisson fashion" com as ecobags é mais uma tendência importada da Grã-Bretanha. A mãe da ideia foi a estilista Anya Hindmarch. Em 2007, ela lançou um modelo de algodão com a inscrição "I'm not a plastic bag" ("eu não sou uma sacola de plástico", em tradução). O preço: R$ 15. Não só o estoque esgotou, como hoje, se você quiser ter uma, precisará desembolsar R$ 600 pelo eBay.

O mercado britânico de produtos sustentáveis, a propósito, tem registrado uma média de crescimento de 25% ao ano. No Brasil, os números são mais tímidos. Mas, no que diz respeito às sacolas retornáveis, prometem.

Somente a rede Pão de Açúcar teve 6,1 milhões de unidades comercializadas desde 2009. Desse total, cerca de 2,2 milhões apenas em 2010. Em 2011, esse número ultrapassou 2,6 milhões.

Só há um detalhe -um dos modelos mais vendidos foi fabricado no Vietnã, a 18 mil quilômetros daqui.

 

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