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Setor de veículos quer retomar venda com entrada inferior a 30%
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MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
O presidente da Fenabrave (associação que reúne as concessionárias de automóveis), Flávio Meneghetti, disse hoje que as vendas do setor tiveram uma "ligeira" melhora na primeira quinzena de maio frente ao mesmo período de abril, cresceram 3%.
A pequena melhora foi atribuída à redução das taxas de juros puxada pelos bancos públicos, que agiram sob orientação do governo.
"Isso deu uma animada no mercado", afirmou Meneghetti, na saída de reunião com o ministro Guido Mantega (Fazenda).
Representantes das revendas se encontraram com o ministro para dar informações sobre o setor. Nesta semana, Mantega reuniu-se também com os representantes dos fabricantes de veículos, a Anfavea. As vendas e a produção do setor automotivo recuaram neste início de ano e governo dá sinais de que prepara medidas para destravar o crédito deste mercado, o que ajudará a impulsionar a economia.
Segundo Meneghetti, o ministro parece "preocupado" com o nível de atividade: "O ministro está preocupado e alguma coisa tem que ser feita para melhorar o crédito", disse.
O executivo afirma que o sinal de maio, embora positivo, ainda não altera as expectativas para o ano. De janeiro a abril, as vendas do setor automotivo caíram 3,5% ante o mesmo período do ano passado. A escassez de crédito, diz o Meneghetti, explica o resultado.
"Existe comprador, existe vontade do consumidor, o que não está existindo é crédito", afirmou.
Ele afirma que os bancos ficaram mais seletivos na hora de emprestar devido ao aumento da inadimplência no ano passado. Segundo a Fenabrave, a aprovação de fichas para o financiamento de automóveis caiu de sete em cada dez, em 2010, para três e meio em cada dez neste ano. "Se melhorar para 5, 6 [fichas aprovadas num grupo de 10], o mercado volta a andar", estima.
Um dos entraves ao financiamento é a entrada elevada. Atualmente, o mercado está operando com financiamentos de até 48 meses e entrada de 30% do valor do automóvel. Este percentual de entrada é considerado elevado pelas concessionárias: "O atual patamar de poupança da população não está no mesmo nível de uma entrada de 30%", afirma.
O setor almeja que a entrada caia praticamente à metade, para um percentual entre 10% e 20% do automóvel. E que o parcelamento estique para os 60 meses observados em 2010. Para tanto, reconhece Meneghetti, é preciso que a inadimplência comece a ceder.
A expectativa do executivo é que o calote perca fôlego no final do primeiro semestre e o setor retome vendas com vigor na segunda metade do ano. A expectativa da Fenabrave é que as vendas, neste ano, aumentem 3,5%, abaixo da marca do ano passado (4,7%).
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