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Pequena empresa também se preocupa com sustentabilidade
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DENISE MENCHEN
DO RIO
As ações pela sustentabilidade começam a ultrapassar as fronteiras das grandes corporações para ganhar espaço também entre pequenos empreendedores.
Motivados pela oportunidade de se diferenciar no mercado, muitos estão adotando medidas para diminuir os impactos negativos sobre o ambiente e a sociedade.
Pesquisa do Sebrae com 3.912 micro e pequenos empresários neste ano aponta que 46% encaram a sustentabilidade como possível fonte de ganhos --16% a veem como custo.
Não por acaso, as iniciativas sustentáveis mais comumente adotadas por eles são as com potencial de reduzir despesas ou elevar o faturamento no curto ou médio prazo, como a economia de água.
Com o tempo, porém, ações com resultados econômicos menos tangíveis começam a aparecer. É o caso da adoção de embalagens biodegradáveis, mais caras.
"O desafio é sair de ações isoladas para um planejamento global voltado para a sustentabilidade", afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Ele cita a dificuldade de mudar comportamentos arraigados e de acessar linhas de crédito como os maiores obstáculos à transformação dos negócios.
Alguns empreendimentos, porém, conseguem ultrapassar essas barreiras. É o caso da empresa carioca de alimentos Congelados da Sônia, que em 2002 financiou a troca de 19 freezers por uma câmara frigorífica, reduzindo o gasto de energia em 7.000 KWh por mês (39%).
A água de condensação proveniente da câmara e dos aparelhos de ar-condicionado também passou a ser usada na descarga dos vasos sanitários e na limpeza da fábrica, o que proporcionou queda de 14 mil litros (5,2%) no consumo mensal.
Atualmente, a empresa usa ainda embalagens de papel certificado, distribui sacolas de algodão e apoia uma instituição de promoção da preservação ambiental.
ORGÂNICOS
No Sítio do Moinho, de Itaipava, na serra fluminense, a preocupação com a sustentabilidade começou já na opção pelo cultivo de produtos orgânicos, sem o uso de agrotóxicos ou adubos químicos.
O plantio, inicialmente, era para consumo próprio --após abandonar o mercado financeiro no fim dos anos 1980, o ex-diretor do banco Garantia Dick Thompson, 76, queria somente dar mais qualidade de vida para a família.
Ao notar o interesse de amigos pelas verduras e hortaliças do local, estruturou o novo negócio, que hoje também fabrica pães e importa grãos e azeites.
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