Funcionários da Petrobras estudam greve a partir do dia 20

A Petrobras não apresentou, até o momento, nova proposta aos seus empregados para a Participação nos Lucros e Resultados de 2011 (PLR 2011). Por isso, os funcionários iniciaram nesta sexta-feira assembleias para decidir se haverá greve a partir de 20 de julho.

João Antônio de Moraes, coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), afirmou que os trabalhadores não concordam com a redução da PLR 2011 enquanto há expansão de dividendos aos acionistas.

"Nós continuamos sem entender por que o montante dos dividendos dos acionistas foi elevado em 2,3% em relação ao que foi pago em 2010 e o da PLR dos trabalhadores foi reduzido em 7,8%", disse. "Queremos um tratamento igual."

A FUP - que tem 14 sindicatos filiados - havia dado prazo para a Petrobras apresentar a proposta até ontem (12). A estatal, porém, apenas encaminhou ofício à FUP solicitando uma reunião para o próximo dia 17 de julho, prorrogando as negociações.

Se até o dia 20 não houver uma nova proposta, os trabalhadores da Bahia e do Rio Grande do Norte já decidiram que vão paralisar as atividades na data estipulada.

REUNIÕES E PROTESTOS

Na noite de quarta-feira, Maria das Graças Foster, presidente da estatal, e José Eduardo Dutra, diretor corporativo e de serviços, se reuniram com cinco diretores da FUP para conversar sobre as cobranças dos funcionários. A reunião foi marcada a pedido da entidade.

Os sindicalistas tiveram cerca de uma hora para defender suas posições e ouvir as explicações de Graça. Segundo Moraes, Graça e Dutra ficaram de avaliar os questionamentos, mas, até o momento, nenhum retorno foi dado.

A Petrobras disse que segue os mesmos critérios de provisionamento dos últimos anos, que limita os valores a 4,5% do lucro líquido obtido pela empresa.

A FUP está orientando os sindicatos a intensificarem as mobilizações. Ontem, o Sindipetro Unificado-SP deu continuidade aos atos e atrasos no expediente, mobilizando os trabalhadores que atuam em horário administrativo da Replan e da Recap, assim como dos terminais de São Caetano, Barueri, Guararema e Guarulhos.

Marcos Brêda, diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que representa os trabalhadores da Bacia de Campos, afirmou que a entidade ainda não definiu se haverá greve e, até o dia 19, realizará uma reunião da diretoria para decidir a respeito do assunto.

Manifestações já ocorrem no Paraná, no Terminal de Paranaguá, em Pernambuco, no Terminal de Suape e em Minas Gerais, na usina de biodíesel de Montes Claros. No Espírito Santo, houve mobilização na Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC).

Na Bahia os funcionários protestaram atrasando os ônibus que levavam os trabalhadores para as unidades de Salvador.