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Paralisações da Receita e da Anvisa tumultuam portos pelo país
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ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
As paralisações dos funcionários da Receita Federal e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) têm atrasado a movimentação de cargas nos portos do país.
Embora ainda não haja uma estimativa de prejuízos, as filas nos terminais são até sete vezes maiores que o normal, e o tempo para liberação de mercadorias chega a 30 dias em alguns portos.
Os auditores fiscais da Receita Federal, em operação-padrão desde 18 de junho, reivindicam reajuste salarial de 30,18%. Já os servidores das agências reguladoras, Anvisa incluída, querem equiparar suas carreiras a outras de Estado e iniciaram greve nesta semana --segundo o sindicato da categoria, eles ganham até 30% a menos.
No porto de Vitória (ES), a fila de navios que aguardam para atracar é quase sete vezes maior que o normal: há 13 embarcações na espera, contra uma média de duas.
O ritmo de emissão dos certificados de livre prática pela Anvisa --que permitem o embarque e desembarque de mercadorias-- diminuiu em Vitória desde o início da greve. O Sindamares (que representa as agências de navegação) entrou na Justiça para garantir a emissão do documento, mas ainda não há decisão.
Divulgação | ||
Pátio do porto de Rio Grande (RS); veículos estão parados devido à paralisação dos auditores da Receita |
Em Paranaguá (PR), que chegou a ficar com vagas ociosas no porto devido à falta de autorizações da Anvisa, o movimento voltou ao normal nesta terça-feira (24) à força de decisões judiciais favoráveis às empresas. Mesmo assim, as operações de importação ainda sentem reflexos da greve: há cerca de cem processos de importação acumulados.
Nas alfândegas de Manaus (AM), um dos maiores polos de produção de eletrônicos do país, 25% das cargas importadas pelas indústrias da Zona Franca estão paradas devido à operação-padrão dos auditores. A categoria informou que está liberando apenas cargas perecíveis, remédios e animais vivos.
No porto da cidade, a movimentação de cargas importadas já caiu 12% em comparação com o ano passado.
A operação-padrão também contribui para aumentar a crise na Zona Franca, afetada pela queda nas vendas. De janeiro a junho, foram registradas cerca de 12 mil demissões em Manaus --92% a mais que em 2011.
Já no porto de Rio Grande (RS), há um acúmulo de milhares de automóveis por conta da mobilização dos auditores fiscais. São quase 10 mil carros importados parados aguardando a liberação, a maioria da Argentina. O processo de liberação costumava demorar dois ou três dias e agora leva até 15.
DILMA
A presidente Dilma Rousseff convocou às pressas, nesta terça-feira, reunião para tratar das paralisações.
Foram chamados os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro; da Advocacia-Geral da União (AGU), Luiz Inácio Adams; da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Saúde, Alexandre Padilha; e da Fazenda, Nelson Barbosa, interino no cargo durante as férias do ministro Guido Mantega.
A reunião ocorreu no Palácio da Alvorada na tarde desta terça-feira, antes de a presidente embarcar para Londres, onde ficará até o fim desta semana. Logo após a reunião, o helicóptero presidencial pousou na residência oficial para transportar a presidente até a Base Aérea de Brasília, de onde Dilma se deslocará até Natal (RN), para então seguir para a capital inglesa.
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