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Inadimplência em crédito para veículos cai pela 1ª vez desde 2010
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DO VALOR, EM BRASÍLIA
A inadimplência nas operações de crédito para aquisição de veículos caiu em junho pela primeira vez desde dezembro de 2010. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC), no mês passado, o percentual do saldo em atraso superior a 90 dias dessas operações recuou de 6,1% para 6%.
Em dezembro de 2010, a taxa de inadimplência de veículos estava em 2,5% e, desde então, vinha subindo.
Juros ao consumidor e inadimplência recuam em junho, diz BC
O chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel, destacou também uma queda no percentual de atrasos de 15 a 90 dias, indicador antecedente da inadimplência. Em junho, o percentual caiu de 8,5% para 8%.
"A inadimplência, depois de oscilar, vai apresentar uma tendência de queda no segundo semestre deste ano", disse Maciel. "O perfil de inadimplência dessas concessões de veículos, que era a grande preocupação, tem melhorado notadamente desde o segundo semestre do ano passado."
O técnico do BC reafirmou a visão da instituição de que a inadimplência vai ter um comportamento mais favorável no segundo semestre por conta de fatores como a redução das taxas de juros, a postura mais cautelosa dos bancos e o crescimento da massa salarial dos trabalhadores.
NOVOS FINANCIAMENTOS
Além da queda da inadimplência, os estímulos anunciados pelo governo ao setor automotivo surtiram efeito sobre os números do crédito para compra de automóveis. Em junho, a média diária de novos financiamentos a pessoas físicas para aquisição de veículos cresceu 22,8% sobre o mês anterior e atingiu R$ 426 milhões.
Depois de cair em abril, essa média havia aumentado apenas 2,8% em maio.
Ao longo de todo o mês de junho, essas concessões somaram R$ 8,515 bilhões, o que representou crescimento de 11,7% sobre maio, variação também expressiva para um único mês. O estoque de financiamentos de veículos a pessoas físicas subiu 2,1%, acima da média registrada pela carteira de crédito total do sistema financeiro, que foi de 1,5%. Com isso, encerrou o mês em R$ 182,16 bilhões.
A grande diferença entre a variação das concessões e a variação do saldo é natural diante do expressivo volume de operações que já existiam antes.
As medidas de estímulo anunciadas pelo Ministério da Fazenda em maio incluíram redução do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) sobre automóveis. O BC também adotou incentivo liberando parte do compulsório dos bancos sobre depósitos a prazo para financiamento de veículos.
"Essa modalidade vinha em trajetória declinante e mostrou essa recuperação influenciada pela redução do IPI", disse Tulio Maciel.
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