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Brasil amplia os investimentos na África
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SIMON ROMERO
DO "NEW YORK TIMES", NO RIO DE JANEIRO
Em Moçambique, o governo do Brasil está abrindo uma fábrica para a produção de medicamentos de combate à epidemia de Aids.
O Brasil está emprestando US$ 150 milhões ao Quênia para a construção de estradas e aliviar os congestionamentos de trânsito na capital Nairóbi.
E, em Angola, a potência petroleira ascendente da África Ocidental, um novo acordo de segurança vai expandir o treinamento de pessoal militar angolano no Brasil.
O Brasil, que conta com maior proporção de habitantes de ascendência africana do que qualquer outro país fora da África, está reforçando sua presença no continente, aproveitando elos históricos forjados durante a era do império português.
O conjunto de projetos de assistência e empréstimos recentemente concedidos a países africanos demonstra as ambições brasileiras de projetar maior influência nos países em desenvolvimento e aproveitar os crescentes atrativos empresariais da África, onde algumas economias vêm crescendo rapidamente ainda que certas porções do continente continuem a enfrentar guerra e fome.
A ofensiva diplomática vem dando resultado em termos de expansão do comércio entre Brasil e África, que cresceu de US$ 4,3 bilhões em 2002 para US$ 27,6 bilhões em 2011.
"Existe uma crescente sensação de que a África representa a nova fronteira para o Brasil", disse Jerry Dávila, historiador da Universidade de Illinois que já escreveu diversos estudos sobre o avanço da influência brasileira no Atlântico Sul. "O Brasil ocupa uma posição privilegiada porque, enfim, conquistou a capacidade institucional de agir dessa maneira."
As incursões brasileiras na África se assemelham às de outras potências ascendentes, como a Turquia, que estabeleceu influência no mundo árabe, e à promoção da cultura indiana em toda a Ásia.
A importância conferida à África também reflete a transição do Brasil de recebedor a provedor de assistência. Restam importantes desafios de desenvolvimento no Brasil. Mas o país é grande exportador de produtos agrí- colas e recentemente ultrapassou o Reino Unido e se tornou a sexta maior economia mundial.
A África responde agora por 55% dos desembolsos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), que comanda os projetos de assistência internacionais do país, de acordo com o diretor Marco Farani.
No total, incluindo intercâmbios educacionais e uma carteira de empréstimos em expansão, a assistência internacional brasileira supera US$ 1 bilhão por ano, afirma Farani.
Grande parte da assistência brasileira se destina a países da América Latina, e outra prioridade é o Timor Leste, antiga colônia portuguesa no sudeste da Ásia.
"Ainda temos menor presença do que alguns outros países, na assistência internacional, mas estamos aprendendo como cooperar", disse Farani.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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