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Linha do BNDES para renovar canaviais tem desempenho fraco
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PEDRO SOARES
DO RIO
Lançada para melhorar a competitividade do setor de etanol, a linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para renovação de canaviais teve desempenho abaixo do esperado. Apenas R$ 1,2 bilhão em financiamentos foram aprovados pelo banco estatal, de um total de R$ 4 bilhões previstos.
Do que foi aprovado, só R$ 600 milhões foram liberados. Os dados foram apresentados pelo presidente do Conselho de Administração da Copersucar, Luís Roberto Pogetti, em seminário no Rio.
O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins, confirmou que o desempenho da linha está aquém do esperado.
Segundo Martins, parte da frustração decorre da interpretação legal de que as terras cultiváveis não podem ter sua titularidade em mãos de empresas e pessoas físicas estrangeiras, que controlam muitas usinas do setor.
Para o secretário, sem serem proprietárias da terra, essas companhias que possuem capital e conseguem atender a outras exigências do BNDES, estão impedidas de tomar os empréstimos.
Apesar do problema de financiamento do BNDES, Pogetti afirmou que as canaviais vivem uma fase de recuperação e que 20% deles serão renovados para a próxima safra --o que levará a uma maior produtividade do setor.
Na última safra, a produtividade foi de apenas 5.700 litros de etanol por hectare plantado, muito abaixo da média histórica de 7.000 litros. A queda foi resultado da não renovação dos canaviais e do clima desfavorável nos últimos três anos.
Diante das dificuldades, diz, o etanol hoje "não é competitivo". O executivo disse que tal situação se deve em parte também o corte da Cide --tributo sobre os combustíveis que foi zerado para a gasolina, a fim de impedir o repasse dos aumentos da refinaria para o consumidor final.
"Defendemos o livre mercado e a liberdade de preços."
Segundo Pogetti, o setor terá de investir R$ 130 bilhões em usinas, novas tecnologias, canaviais e outros para fazer frente ao aumento do consumo até 2020 --considerando que não deve haver a ampliação da oferta de gasolina no país.
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