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Consumo de energia pela indústria sobe em agosto após 5 quedas
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JULIA BORBA
DE BRASÍLIA
DO RIO
Atualizado às 17h47.
Após cinco quedas consecutivas, o consumo de energia elétrica pela indústria voltou a subir em agosto, registrando alta de 1,3% em relação a julho, informou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) nesta sexta-feira (28).
Na comparação anual no entanto, o índice continua em queda, de 1,4% contra agosto de 2011.
De acordo com a EPE, a alta registrada na comparação mensal reflete a melhora dos índices de confiança do empresariado industrial na passagem de julho para agosto.
"O Índice de Confiança da Indústria (FGV) aumentou 1,4%, alcançando o maior pataar desde julho de 2011. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (CNI), por sua vez, avançou 1,2%, indicando um olhar ainda cauteloso sobre a evolução da indústria nos próximos meses", informou a EPE.
Durante todo o ano de 2012 o consumo foi menor na indústria, ao confrontar os dados mensais com os registros de 2011.
O presidente interino da EPE, Amilcar Guerreiro, acredita que a mudança nesse comportamento industrial indica a recuperação da indústria.
"Esse aumento não se traduz na euforia dos empresários com o pacote de energia anunciado pela presidente Dilma, ainda é muito cedo para isso", disse. "Mas os estoques baixaram. No primeiro semestre o setor de serviços mantinha atividade elevada, que era atendida não pela indústria, mas pelos estoques ainda existentes", explicou.
Agora, com queda nos estoques, a indústria está sendo demandada com mais intensidade.
"Tem que ocorrer essa recomposição, é natural. Já estão visando os estoques de fim de ano", acrescentou Guerreiro.
De acordo com o presidente interino, todo o aumento de consumo no setor de energia no Brasil está respaldado por geração suficiente de energia.
"O Brasil está tranquilo com relação a capacidade geradora. Mesmo que a demanda cresça, temos capacidade de oferta de energia", afirmou.
Apesar do ainda fraco desempenho industrial, o consumo de energia no país teve alta de 2,4% no mês passado, para 37.207 gigawatts-hora. No ano até agosto, o consumo de energia no Brasil acumula alta de 3,6%.
A alta foi garantida pela continuidade de consumos elevados no comérico e nas residências. Em relação ao ano passado, o consumo de energia pelo comércio subiu 7,3% e o residencial, 4,5%.
A EPE avaliou que o bom desempenho do comércio em agosto está em linha com a baixa taxa de desemprego (5,3%) no período e a melhora de 2,3% na renda, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
CONSUMO RESIDENCIAL
O consumo de energia nas residências brasileiras também cresceu em agosto.
Segundo a EPE, o crescimento foi de 4,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.
"O consumo residencial reflete muito a posse e o uso de equipamentos eletrodomésticos. Isso está diretamente ligado à renda e ao emprego", defendeu Amílcar Guerreiro.
Dados da EPE apontam que a cada ano ingressa 1,5 milhão de novos consumidores de energia no país, aumento motivado pelo aumento populacional e de renda.
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