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21/10/2012 - 03h00

Revolução de dispositivos móveis pesa sobre o futuro das empresas de tecnologia

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DA REUTERS

O setor móvel pode ser o futuro da tecnologia, mas em meio à proliferação mundial de smartphones e tablets algumas companhias têm enfrentado dificuldades para manter um faturamento consistente.

A decepção quanto aos resultados anunciados nesta semana por gigantes de tecnologia como Intel, Microsoft, Google e Facebook serve para sublinhar até que ponto o Vale do Silício, tanto a velha guarda quanto a nova geração, vem enfrentando dificuldades para lucrar com o decrescente amor dos consumidores pelos velhos computadores pessoais e com sua nova paixão pelos aparelhos móveis.

É a mais significativa das mudanças no setor de tecnologia desde o advento da internet, na década de 90.

Esse é um mau sinal para as empresas que vão divulgar seus balanços trimestrais nesta semana e enfrentam problemas com publicidade e serviços móveis, como o Facebook.

Amazon e Apple devem se sair melhor, dizem analistas, mas outras empresas enfrentam dificuldades.

A Apple, que anunciará seu resultado na quinta-feira (25), vem tendo problemas para abastecer o mercado e atender à procura por seu novo smartphone, o iPhone 5 --mas esses são percalços positivos, dizem.

A Amazon vem tendo sucesso em chegar aos consumidores via dispositivos móveis com seus tablets Kindle Fire de baixo preço (são vendidos a partir de US$ 159 nos Estados Unidos).

"As empresas estão percebendo que não é fácil encontrar uma fórmula que funcione no mercado móvel", disse Carolina Milanesi, analista da consultoria Gartner. "Operar no setor móvel não está se provando tão simples quanto alguns imaginavam."

LIDAR COM O DISPOSITIVO MÓVEL

Sinais de que alguns dos mais inovadores gigantes do Vale do Silício estão enfrentando dificuldades para descobrir como faturar com os usuários de aparelhos móveis surgem em mau momento para o setor, que já vem enfrentando dificuldades devido à crise mundial.

O maior choque talvez tenha sido causado pelo Google, que perdeu mais de US$ 20 bilhões em valor de mercado depois de registrar desaceleração nas suas operações de publicidade vinculada a buscas. Os críticos dizem que isso não aconteceu por acaso.

"Os preços dos anúncios vinculados à busca caíram pelo quarto trimestre consecutivo, depois de subir pelos oito anteriores", disse Colin Gillis, analista da BGC. "Isso é um dado negativo. É o efeito do problema causado pelos aparelhos móveis".

A Zynga é o maior exemplo dos problemas na transição para o mundo móvel.

A produtora de jogos casuais, queridinha da internet em 2011, reduziu suas projeções duas vezes e perdeu três quartos de seu valor de mercado em 2012 devido à falta de adesão dos usuários móveis aos seus jogos --o que levou analistas a alertarem sobre a possibilidade de pesadas demissões.

COMPUTADORES PESSOAIS

Os problemas mais graves talvez estejam na Intel e outras empresas fortemente vinculadas aos computadores pessoais. A projeção fraca anunciada pela Intel para o quarto trimestre pôs fim às esperanças de que o mercado de computadores possa se recuperar nas vendas de fim do ano.

Embora domine o fornecimento de chips para computadores pessoais, a Intel tem menos de 1% do mercado de celulares inteligentes --liderado pela ARM.

A AMD, rival há anos da Intel, está em situação ainda pior. A companhia anunciou que demitirá 15% de seu pessoal --mais de 1,6 mil pessoas-- como parte de sua reestruturação para reduzir custos enquanto tenta definir seu futuro.

Na quinta, a Microsoft revelou queda de 22% em seu lucro trimestral com o recuo nas vendas de computadores equipados com seu sistema operacional Windows.

VENCEDORES CONTINUAM GANHANDO

Depois terem investido no setor móvel há anos, as empresas com presença estabelecida na plataforma vêm se saindo melhor que as rivais.

A Verizon Communications anunciou lucro trimestral recorde devido à sua divisão de telefonia móvel, cuja demanda é impulsionada principalmente pelo iPhone.

O smartphone da Apple é, em parte, responsável até pela oferta de US$ 20 bilhões pela aquisição da Sprint Nextel pela japonesa Softbank. Primeira companhia a oferecer o iPhone no Japão, a Softbank declarou admirar os esforços da operadora para promover o uso do iPhone em sua rede.

Seria mais fácil se as companhias de tecnologia só tivessem de lidar com a transição de plataformas, mas o problema é que elas o têm de fazer em uma economia fraca, na qual as compras tecnológicas são muitas vezes um dos primeiros itens a ser cortado do orçamento, e com o consumo em queda.

"As condições macroeconômicas realmente se deterioraram", disse Trip Chowdhry, analista na Global Equities Research. "E nenhuma companhia de tecnologia está imune a isso."

 

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