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Grupo Rede entra com pedido de recuperação judicial em SP
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AGNALDO BRITO
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
O Grupo Rede --que reúne oito distribuidoras de energia elétrica-- apresentou no final da tarde desta sexta-feira (23) um pedido de recuperação judicial para as cinco empresas que dividem o seu o controle acionário.
O pedido foi protocolado no Fórum João Mendes, em São Paulo, e o comunicado ao mercado foi encaminhado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O objetivo do pedido é tentar equacionar uma dívida de pelo menos R$ 4 bilhões dessas empresas. No total, o grupo tem dívidas de R$ 9,9 bilhões, incluindo dívidas fiscais e de encargos do setor elétrico.
As empresas envolvidas no pedido de recuperação judicial são Denerge, CTCE, QMRA, Rede Energia, EEVP (Empresa Energética Vale do Paranapanema).
A decisão afeta empresas ligadas ao governo federal. O BNDESPar detém 16% do capital total do Grupo Rede Energia. A CEF (Caixa Econômica Federal) tem uma participação ainda maior, de 25%, através do FI-FGTS.
O pedido de recuperação judicial é uma tentativa de salvar a companhia da insolvência. Oito concessionárias do Grupo estão neste momento sob intervenção da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A agência interveio no Grupo em agosto deste ano numa tentativa de salvar as empresas de distribuição de energia elétrica e evitar o colapso na prestação do serviço.
A decisão de pedir a recuperação judicial partiu do atual controlador do grupo, o sr. Jorge Queiroz Moraes Júnior, que detém 29% do capital total.
O controlador negocia neste momento a saída do grupo. Ele discute a venda com as empresas Equatorial Energia e CPFL Energia.
A recuperação judicial foi a forma que o grupo encontrou de tentar congelar a dívida e buscar uma forma de quitá-la. O enorme endividamento do grupo é um obstáculo para a capitalização das oito distribuidoras e da geradora.
O mecanismo da recuperação judicial conseguiu resolver o problema de uma das companhias que pertenciam ao Grupo Rede, a Celpa (Companhia de Eletricidade do Pará). A Equatorial assumiu no início de novembro as dívidas da distribuidora e fez uma injeção de capital.
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