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Cesp e Emae podem se unir, diz secretário de Energia de SP
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DO VALOR
A Cesp e a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) podem se unir para ganharem musculatura na produção de energia, disse o secretário estadual de Energia de São Paulo, José Aníbal.
"É uma possibilidade [a união das duas empresas]. A Emae tem características específicas e renovou suas concessões com condições adequadas, provando que não tínhamos discussão política e sim técnica", afirmou Aníbal. "Passado este momento, vamos estudar o futuro das companhias."
A Cesp não aceitou a proposta do governo federal de renovar por mais 30 anos as concessões de suas usinas cujos contratos venciam até 2017 e, em troca, reduzir o preço recebido pela energia gerada.
Com isso, a empresa perderá em breve a produção de suas três principais usinas, que representam 70% do total de sua capacidade de geração. A queda será dos atuais 7.400 megawatts para 1.600 megawatts. A Emae, que renovou a concessão de seus ativos, continuará com a atual capacidade de geração de 940 megawatts.
A Cesp já perdeu cerca de metade do seu valor de mercado e estuda agora uma política de aposentadoria para os seus funcionários, pois a companhia precisa dispensar 45% dos 1.200 empregados neste novo cenário.
"Desses, contabilizamos que 60% podem participar de programa de aposentadoria até 2015", disse o presidente da Cesp, Mauro Arce, na semana passada.
Enquanto a Cesp reduz drasticamente de tamanho, o Aníbal lembrou que a Emae já constrói uma nova PCH (Pequena Central Hidrelétrica) em Pirapora e pode ser parceira na geração de energia solar, eólica e bioenergia (com bagaço de cana).
FALTA DE DIÁLOGO
Aníbal participou hoje de evento para assinatura de resolução conjunta com a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo para promover melhor aproveitamento dos recursos minerais do Estado.
Após o evento, o secretário de energia de São Paulo disse que o governo federal não voltou a procurar o governo paulista e nem os parlamentares que apresentaram no Congresso emendas à MP 579, que prevê as regras para a renovação dos contratos de concessão.
"Há uma política sem diálogo. A proposta apresentada por eles traz custos que poderiam ser compartilhados e não foram", disse, lembrando o pedido de indenização maior dos ativos não amortizados.
Segundo Aníbal, a Cesp possui R$ 7,2 bilhões para receber de indenizações pelos ativos não amortizados, enquanto o governo federal calcula o valor em R$ 1,8 bilhão. "Temos contabilidade real, enquanto eles não abrem a deles. É um princípio equivocado", disse.
Para ele, a proposta do governo caminhou para terreno político, levando à não renovação das concessões por parte de empresas como Cesp, Cemig e Copel. "Eles se surpreenderam com isso. Não queremos ônus. Queremos redução de energia, mas não temos margem para bancar isso".
O secretário lembra ainda que as usinas passaram por processos de modernização constantes, que não foram reconhecidos nos cálculos do governo federal. "Essas usinas eram mecânicas, foram informatizadas e hoje foram digitalizadas. O custo para digitalizar cada uma das 16 subestações é de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões."
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