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Análise: Política federal pode aumentar risco do sistema energético
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ADRIANO PIRES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Na sexta-feira, 14 de dezembro, foi realizado o Leilão de Energia A-5 de 2012, que estava previsto para o dia 26 de abril e foi postergado por diversas vezes devido, principalmente, à falta de demanda das distribuidoras.
Do montante a ser ofertado, 84% da capacidade instalada é proveniente de eólicas, enquanto a participação de hidroelétricas é de 7%.
Os empreendimentos de biomassa respondem por 4% da participação, térmicas a gás natural, por 3%, e PCHs, por 2%. Destes empreendimentos, a maior parte se localiza nas regiões Nordeste (72%) e Sul (20%).
As características do leilão mostram que o governo continua adotando uma política equivocada para o setor.
O primeiro ponto a ser questionado é a elevada participação da fonte eólica no leilão.
Embora a energia gerada pelo vento tenha uma série de vantagens como o baixo impacto ambiental e o aproveitamento do potencial nacional, principalmente no Nordeste do país, a sazonalidade e a intermitência existentes nesse tipo de geração recomendam que a expansão do sistema não se dê predominantemente com essa fonte, sob o risco de reduzir a confiabilidade do sistema.
Essa preocupação torna-se ainda mais relevante quando se considera que a expansão hidroelétrica vem se dando por meio de usinas a fio d´água, que não possuem reservatórios de regularização plurianual, o que reduz a segurança no abastecimento.
Outra questão é a política equivocada de promover leilões nos quais as diversas fontes competem entre si.
A realização de leilões regionais e por fonte de energia seria muito mais eficiente, porque estes otimizariam o potencial de geração das fontes e contribuiriam para a modicidade tarifária, uma vez que os custos de transmissão seriam reduzidos.
O Brasil possui uma diversidade de fontes de geração de energia, como a biomassa no Sudeste, o carvão no Sul, o sol e o vento no Nordeste, além do enorme potencial hídrico da Amazônia.
Portanto, é preciso repensar o planejamento do setor elétrico, de forma a buscar a eficiência e o barateamento da energia, sem abrir mão da segurança do abastecimento.
É possível atingir tais objetivos a partir das vantagens comparativas do país, em vez de lançar mão de medidas unilaterais, que prejudicam a saúde financeira das empresas e colocam em risco os investimentos no setor.
ADRIANO PIRES é diretor do Cbie (Centro Brasileiro de Infra Estrutura)
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