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Samsung vai investir US$ 110 mi na Sharp, importante fornecedora da Apple
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Samsung Electronics vai investir US$ 110 milhões na Sharp para ampliar sua base de fornecedores, ganhar acesso a tecnologia de telas finas e baixo consumo de energia e ganhar influência com uma das principais fornecedoras asiáticas da concorrente Apple.
A transação --de custo relativamente modesto-- dará à Samsung uma participação acionária de apenas 3% na japonesa pioneira em televisores, mas vai transformá-la em um dos maiores acionistas estrangeiros da empresa --junto à Qualcomm, que em dezembro fechou acordo para investir até US$ 120 milhões na Sharp.
As ações da Sharp dispararam com a notícia.
O acordo foi uma das raras transações binacionais de tecnologia entre Coreia do Sul e Japão, dois países rivais, e a primeira vez que um fabricante sul-coreano de televisores adquiriu participação em um rival japonês.
As três grandes fabricantes japonesas de televisores --Sony, Panasonic e Sharp-- vêm enfrentando dificuldades para superar prejuízos e a forte concorrência da Samsung nos mercados em desenvolvimento.
Ainda que a Sharp seja um dos menores fornecedores da Samsung, sua importância para a companhia sul-coreana provavelmente crescerá com o aumento na demanda por televisores com telas de mais de 60 polegadas, dizem analistas, e preços preferenciais poderiam ampliar a vantagem competitiva da Samsung nos televisores.
APPLE
O acordo também pode incomodar a Apple ao ocupar porção maior da capacidade de uma fábrica que produz telas para o iPad e o iPhone 5. Analistas e pesquisadores do setor estimam que a Sharp seja o segundo maior fornecedor da Apple, atrás apenas da LG Display.
"Um investimento pela Samsung também prevenirá que a Apple ganhe acesso exclusivo à Sharp", disse Jeff Kang, analista da Daishin Securities, de Seul.
TELAS
A Samsung também pode se beneficiar do acesso à tecnologia de telas da rival japonesa.
Criada um século atrás para produzir lapiseiras, a Sharp produz telas IGZO (de óxido de irídio gálio zinco), que são mais finas que as telas LCD convencionais e requerem menos iluminação de fundo.
O consumo dessas telas pode ser dez vezes menor que o dos modelos convencionais, o que aumenta a duração das baterias dos celulares e outros aparelhos que as utilizam.
SHARP
Em comunicado, a Sharp informou que o acordo permitirá à companhia assegurar sua principal fonte de receitas --os negócios de telas de cristal líquido-- e acelerar seu processo de reestruturação e recuperação de desempenho e credibilidade.
O acordo com a Samsung é mais uma tentativa da Sharp para retomar sua trajetória de crescimento. Na mesma direção, a companhia negocia uma injeção de capital da Hon Hai --mais conhecida no mercado de tecnologia como Foxconn-- em negócio previsto para ser concluído ainda neste mês.
Em seu terceiro trimestre fiscal encerrado em 31 de dezembro, a Sharp reduziu seu prejuízo em 79% na comparação anual --para 173,6 bilhões de ienes-- e aumentou sua receita em 15% --para 678,2 bilhões de ienes. Para o ano fiscal que se encerrará em março, a companhia projeta um prejuízo líquido de 450 bilhões de ienes e receita de 2,46 trilhões de ienes.
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