DE BRASÍLIA

Alvo de investigações, a Caixa pode ser beneficiada por uma injeção de recursos do FGTS, com a bênção do governo, neste ano.

Em 2017, o banco estatal suspendeu financiamentos imobiliários e segurou empréstimos para Estados e municípios, o que desagradou o setor produtivo e também a classe política.

Isso levou o governo a considerar uma saída nada convencional: permitir que a Caixa renegocie até R$ 15 bilhões de sua dívida junto ao FGTS -dando fôlego ao banco neste ano eleitoral- retirando a necessidade de injeção de recursos novos do Tesouro.

Isso se tornou necessário porque as regras de segurança bancária no mundo estão apertando. No ano que vem, os bancos terão que aumentar as métricas de solidez financeira em seus balanços.

No início deste ano, o presidente Michel Temer sancionou projeto de lei votado de maneira expressa no Congresso autorizando a operação com o FGTS. Mas o impasse não foi superado.

A decisão caberá ao conselho curador do FGTS, cuja primeira reunião ainda não foi marcada pelo Ministério do Trabalho -que preside o conselho. O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) tampouco deu resposta sobre a legalidade da operação, etapa considerada indispensável na avaliação da secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, que também preside o conselho da Caixa.

Embora seja um dos maiores bancos do país, líder no crédito imobiliário, a Caixa sempre foi usada pelo governo para atender interesses políticos, e a sua cúpula, loteada entre partidos aliados.

Das 12 vice-presidências do banco, oito são indicações políticas. Todos os quatro afastados têm ligações com siglas que apoiam o governo.

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