CVM acusa Vivendi de fraude na compra da GVT

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu processo administrativo contra a Vivendi, acusando a empresa de irregularidades na compra da operadora brasileira de telecomunicações GVT, segundo reportagem do "Valor Econômico" desta terça-feira.

O processo administrativo, informa o jornal, foi aberto após a CVM ter concluído que, mesmo usando brechas da legislação brasileira, a transação foi fraudulenta. A Vivendi também é acusada de falha de comunicação aos investidores, "que resultou em manipulação de mercado".

Representantes da autarquia não comentaram imediatamente o assunto. Procurada pela Reuters, a Vivendi não retornou imediatamente as tentativas de contato.

Caso fique provado que houve fraude na compra da operadora pelo grupo francês, a Vivendi pode ser condenada a pagar multa de até 50% do valor da transação. Segundo o jornal, esse valor pode variar de cerca de R$ 700 milhões a mais de R$ 3 bilhões.

Em novembro passado, a Vivendi surpreendeu o mercado ao divulgar que havia garantido o controle da GVT por meio de acordo com os controladores da empresa brasileira e contratos irrevogáveis de opção de compra das ações da GVT. A Vivendi se dispôs a pagar R$ 56 por ação da GVT, depois de ter inicialmente oferecido R$ 42.

A Telefónica, por meio da subsidiária brasileira Telesp, entrou na briga e propôs pagar R$ 50,50 por ação da GVT no começo de novembro, quando muitos imaginaram que a disputa estava encerrada.