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15/06/2010 - 09h16

União Europeia condena novo rebaixamento da Grécia

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DA REUTERS, EM ESTRASBURGO
DE SÃO PAULO

A decisão da agência de classificação de risco Moody's de reduzir o "rating" da Grécia foi imprudente e inoportuna, disse nesta terça-feira Olli Rehn, comissário para Assuntos Econômicos e Monetários da UE (União Europeia). O executivo aproveitou a declaração para levantar dúvidas sobre as agências de classificação de crédito.

Ontem, a Moody's rebaixou a nota de crédito da Grécia em quatro pontos, de "A3" para "Ba1". Foi a segunda agência de classificação de risco a mudar o crédito soberano da Grécia para fora do grau de investimento.

O comissário afirma que o rebaixamento não levou em conta os últimos acontecimentos na Grécia, com Atenas recentemente concordando com a austeridade fiscal em troca de um enorme resgate da UE e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

"A decisão da Moody's veio em um momento um tanto surpreendente e infeliz", disse Rehn em um debate no Parlamento Europeu.

"A decisão da Moody's não leva de forma alguma em consideração os compromissos gregos ou as consequências negativas, que foram reduzidas consideravelmente após a adoção do programa (de resgate)", disse Rehn.

Crise

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, afirmou na última sexta-feira que fará o necessário para conseguir que a Grécia retome o crescimento econômico, e ressaltou que seu país não declarará moratória nem abandonará a zona do euro.

Segundo ele, declarar-se em quebra ou sair da zona do euro teria sido "uma opção muito diferente" à adotada por Atenas, mas "claramente não decidimos seguir por ali".

"Levamos muito a sério nosso compromisso com a mudança. Não tenho nenhuma intenção de voltar atrás", disse Papandreou em discurso no encerramento da reunião do IIF (Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês).

O chefe do governo grego insistiu na decisão de não se render frente às dificuldades financeiras e assegurou que os passos dados até agora pelo Executivo incluem medidas radicais para superar a crise.

O programa de consolidação fiscal está em andamento, e "sim, pagaremos nossa dívida", prometeu o primeiro-ministro grego.

"Farei o que for necessário para levar meu país adiante, tirá-lo da crise, restaurar a solidez das finanças públicas, conseguir uma economia mais competitiva e preservar a coesão social de nossa sociedade", disse.

Papandreou lembrou que as medidas de ajuste fiscal adotadas buscam reduzir o deficit grego de 13,6% do PIB (Produto Interno Bruto) atual para 8,1%, neste mesmo ano, e incluem dolorosos e às vezes "injustos" cortes nos gastos públicos, aposentadorias, salários dos funcionários públicos, bem como aumentos de impostos.

Segundo o primeiro-ministro, as medidas que começaram a ser postas em prática foram "decisões muito difíceis, mas necessárias" e já começaram a dar os primeiros frutos: o deficit do país caiu 40% durante os primeiros cinco meses do ano, em relação ao mesmo período de 2009.

Segundo ele, a Grécia possui "um enorme potencial de crescimento" e não renunciará aos compromissos com a UE (União Europeia) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

O discurso do primeiro-ministro grego foi respondido pelos membros do IIF, a maior associação mundial de instituições financeiras, com longos e calorosos aplausos.

O diretor do IIF e chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann, agradeceu ao chefe do governo grego pelas palavras. "O que mais me convence é que o primeiro-ministro tenha vindo pessoalmente nos dizer: sim, vou fazer tudo o que for necessário", declarou.

 

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