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Presidente da Comissão Europeia diz que Mercosul está "pedindo muito"
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FÁBIO AMATO
SIMONE IGLESIAS
DE BRASÍLIA
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse nesta quarta-feira que um acordo entre o bloco e o Mercosul em torno da criação de uma zona de livre comércio só não foi possível até agora porque os quatro países latino-americanos estão "pedindo muito".
De acordo com Barroso, a UE está interessada em uma parceria mas isso só vai ser possível se o Mercosul apresentar uma proposta mais "equilibrada" que atenda a interesses gerais das 27 nações que compõem o bloco europeu e de "algum setor que se sinta mais especialmente afetado", em referência aos agricultores europeus, contrários à iniciativa.
"A verdade é que o Mercosul está a pedir muito e é evidente que a União Europeia --nós somos 27 países-- tem que recolher os apoios em muitas frentes, em muitos setores. É por isso que esperamos que o Mercosul avance com uma oferta que também corresponda às nossas ambições", disse ele, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.
Barroso admitiu que as negociações não serão fáceis mas fez questão de ressaltar que a UE tem interesse no acordo com o Mercosul. Ao estilo do presidente Lula, usou uma metáfora futebolística para dizer que o consenso é possível.
"Vocês já repararam que a Copa do Mundo foi ganha apenas por países da União Europeia ou Mercosul? Se nós somos capazes de ganhar sempre a Copa do Mundo, nós havemos de ser capazes de chegar a um acordo histórico tão bom para as nossas economias como num acordo União Europeia-Mercosul."
Mercosul e UE voltaram a negociar a zona de livre comércio em maio. As conversações estava interrompidas desde 2004 porque os europeus não ofereciam a abertura no mercado agrícola desejada pelos sul-americanos.
Lula disse que Mercosul e UE têm hoje "muito mais afinidades do que divergências" e afirmou que sua principal meta como presidente do bloco sul-americano será implementar a zona de livre comércio entre as duas regiões. Lula assume a presidência do Mercosul ainda neste mês.
"O companheiro que mais tem dado trabalho é um grande amigo meu, o presidente [da França, Nicolas Sarkozy]. Eu tenho a responsabilidade de tentar convencer o Sarkozy a flexibilizar o coração dos franceses e a gente fazer um acordo antes de eu terminar a presidência. Seria um avanço extraordinário", disse.
Lula disse que conhece o peso dos agricultores franceses na política do país e classificou como normal as pressões de setores da economia que se sintam prejudicados com o acordo Mercosul-UE. O presidente brasileiro apontou, porém, que os países dos dois blocos precisam levar em conta o benefício da zona de livre comércio para a população de uma maneira geral.
"Você sempre pode ter um setor da economia que não fique contente, mas isso aqui não é um jogo de corporação. Isso aqui é um jogo de nações, em que você tem que fazer os acordos pensando em beneficiar o conjunto da população", disse.
"Os setores que possivelmente possam se sentir prejudicados você tem que criar alguma coisa de compensação para evitar que esse setor possa sucumbir ou desaparecer", completou Lula.
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