Berlusconi pede voto de confiança para aprovar plano de ajuda à economia

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pediu um voto final de confiança aos deputados italianos para aprovar um pacote de medidas no valor de 25 bilhões de euros (US$ 33 bilhões) nesta quarta-feira.

O governo venceu a votação como esperado na Câmara dos Deputados, que definitivamente irá aprovar o projeto de austeridade amanhã, permitindo que se torne lei depois de ser assinado pelo presidente italiano.

A lei irá cortar gastos, congelar salários para muitos trabalhadores do setor público e promete repressão contra a sonegação fiscal, medidas que o governo alega serem necessárias para evitar uma crise semelhante à da Grécia.

A oposição de centro-esquerda da Itália criticou o pacote, dizendo que irá afetar os trabalhadores e poupar os ricos.

Mas agora que o orçamento foi aprovado, analistas esperam que o primeiro-ministro vire suas atenções para o que ele considera ser seu maior incômodo -- o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, co-fundador junto com Berlusconi do partido Povo da Liberdade.

Fini, que dissolveu seu próprio partido de direita para criar um partido conjunto com o de Berlusconi, tem frequentemente criticado sua falta de liberdade de expressão na nova coalizão. Os dois são raramente vistos em público juntos e a troca de insultos ocorre a cada oportunidade.

Berlusconi quer que Fini renuncie à presidência da Câmara, acusando-o de abusar de sua posição que deveria ser imparcial. Fini, que pode controlar 50 parlamentares, diz que não irá recuar ou deixar o partido mas defender sua posição.

Analistas italianos dizem que Berlusconi poderia começar a usar manobras para tentar tirar Fini do partido, ou no mínimo isolá-lo, já na sexta-feira.