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Mudanças no setor de telecomunicações debilitam TIM e GVT, dizem analistas
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DA REUTERS
As mudanças de posições anunciadas na semana passada na Oi e na Vivo criaram amplas perspectivas de convergência entre redes de telecomunicações no Brasil, mas debilitaram a TIM Participações e a GVT, que acabaram, por ora, sem uma opção clara de oferta de serviços integrados.
Para analistas, a TIM passa a ser uma operadora "incompleta" em relação às outras, que poderão oferecer pacotes de telefonia fixa e móvel, banda larga e TV por assinatura. A GVT, apesar de uma posição mais confortável, fica inclinada a buscar novas formas de atuação.
"Pode chegar um momento lá na frente em que haja necessidade de [a TIM] integrar as redes, embora os negócios em telefonia móvel estejam indo bem", afirmou o analista Luiz Fernando Azevedo, do Bradesco.
Na semana passada, a espanhola Telefónica finalmente encerrou sua disputa com a Portugal Telecom e acertou a compra da fatia da sócia portuguesa na Vivo. Ao mesmo tempo, a Portugal Telecom acertou a aquisição de 22,4% da Oi, mantendo presença no mercado brasileiro.
A Telefónica conseguiu com a operação avançar na integração de seus serviços de telecomunicações, o que melhora as perspectivas dos negócios em telefonia fixa com a controlada Telesp, segundo analistas, ao mesmo tempo em que reforça a competitividade no serviço de longa distância.
Enquanto isso, a Oi, que já atua tanto em telefonia fixa quanto móvel, deve apostar mais na estratégia de convergência de serviços incluindo banda larga e TV paga, em meio ao encolhimento no negócio de telefonia fixa.
O mercado também aguarda movimentações da mexicana América Móvil, do bilionário Carlos Slim, que atua no Brasil por meio da Claro, segunda maior operadora móvel do país em clientes, e da Net, operadora de TV a cabo, além da empresa de longa distância Embratel.
"O Slim vai tentar unificar suas operações, todo mundo sabe disso. A questão agora é quando vai fazer isso", destacou o analista Leonardo Nitta, do BB Investimentos.
Com isso, a TIM fica em desvantagem pela formação de três grandes grupos com atuação maior que a dela pela oferta combinada de diversos serviços.
"Essa tendência de convergência deve se consolidar e se focar nisso é importante para as empresas de telefonia como um todo. De cara, isso não deve afetar o lucro final da TIM, mas ela fica mais frágil, porque é a única que ficou atuando meio que só em telefonia móvel", disse o analista Alex Pardellas, do Banif Securities.
Devido aos altos investimentos, o setor de telefonia exige escala das empresas, o que significa necessidade de se ter uma base crescente de clientes ativos.
Em telefonia fixa, a GVT se beneficia de não ter as obrigações regulatórias de uma concessionária. "A rede da GVT é bem moderna e eficiente, isso garante uma vantagem. Mas pode ficar para trás por não ter nada forte no ramo móvel", disse Pardellas.
Analistas estimam que levará cerca de um ano para que a convergência entre redes do setor comece a apresentar frutos mais concretos, dadas as pendências legais e investimentos iniciais necessários.
PARCERIAS
Uma das formas mais aceitas pelos analistas para que TIM e GVT resolvam suas relativas deficiências frente a rivais seria a formação de parcerias.
"A GVT fica um pouco na contramão das perdas de telefonia fixa, porque se foca em um nicho de alto padrão e vem agregando serviços. Mas ela ainda tem a opção de entrar na telefonia móvel", afirmou o analista Azevedo, do Bradesco.
A GVT, controlada pela francesa Vivendi, teria como possibilidade participar do leilão da banda H de telefonia móvel no fim do ano, a ser promovido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), ou mesmo formar algum tipo de parceria com outra operadora, como a própria TIM ou então Nextel.
"Uma aliança entre TIM e GVT seria muito bom para as duas empresas", afirmou Pardellas. "A TIM tem a rede Intelig [em telefonia fixa], mas que é menor que a das concorrentes."
Por enquanto, a TIM alega que prefere se concentrar na migração dos usuários da telefonia fixa para a móvel, gerando receita com serviços de voz, porém sem descuidar do crescente negócio de transmissão de dados.
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