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Mercado diversificado fica na promessa e pequenas do petróleo amargam estagnação
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CIRILO JUNIOR
DO RIO
Sem novas áreas para se expandir e com dificuldades para obter crédito no mercado, pequenas empresas produtoras de petróleo amargam estagnação e falta de perspectiva.
Cinco anos após a realização do primeiro e promissor leilão de campos marginais, o plano de se criar um marcado de numerosos pequenos produtores falhou. Apenas outro leilão voltado para esses campos, nos quais a Petrobras já havia produzido no passado, e depois abandonado, foi feito.
Das 27 áreas leiloadas nos dois certames, 12 estão em produção. A Petrobras é o alvo principal dessas empresas. Acusam a estatal de não liberar áreas terrestres com produção em queda livre e insignificante diante do atual patamar da gigante petrolífera, em torno de 2 milhões de barris/dia.
Atacam também o BNDES e outros bancos de fomento. Alegam que não existe política de apoio à expansão do pequeno produtor no país.
"Com mais campos, podemos aumentar a produção, diluir custos e obter mais receita. Queremos investir, queremos crescer, mas não vemos para onde ir", afirma o presidente da Genesis 2000, Renato Tocantins, que produz 4 barris por dia no campo maduro de Riacho Velho, na bacia Potiguar.
"Os bancos não entendem como funciona essa atividade. Eles não financiam uma atividade com tanto risco", acrescenta.
A Egesa Engenharia apostou no campo de Araçás Leste, no Recôncavo Baiano, e desde 2007, investiu R$ 8 milhões. De lá, retira 40 barris/dia, e ainda "está longe" de obter o retorno do dinheiro aplicado, segundo o diretor de exploração, Adalberto Campos.
Sem perspectivas de novos leilões, poderia tentar a perfuração de um novo poço onde já produz. O problema é que isso exigiria mais R$ 15 milhões.
"Sem áreas para expandir, não há como ter escala e investir. Teríamos que acessar crédito no mercado, que é difícil", observa Campos, que ainda encontra problemas para comercializar o petróleo extraído para a Petrobras e, por isso, tem que revender para agente privado, em São Paulo.
Questionada, a Petrobras não dá sinais de que vai ceder campos com produção em esgotamento. A estatal alega que 14% da produção nacional estão concentrados nas bacias maduras terrestres. Procurado, o BNDES não respondeu aos questionamentos enviados.
Com dez poços produtores de 70 barris diários no campo de Tigre, no Rio Grande do Norte, a Severo Villares Construções também segue sem recuperar o investimento de R$ 10 milhões, e a empreitada no setor de petróleo começa a ficar ameaçada. Cláudio Goraieb, gerente de exploração, afirma que há planos de expansão. Mas os acionistas da empresa estão com os "pés atrás", lembra, diante da falta de opções.
"Para poder crescer, a gente precisa de duas coisas. Ter produção e crédito para investir", destaca Tocantins.
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