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Exportadores brasileiros temem perder mercado com nacionalização na Venezuela
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FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
Empresários do Brasil que exportam implementos agrícolas à Venezuela demonstram preocupação ante a decisão do governo Hugo Chávez de nacionalizar a empresa Agroisleña, a maior compradora venezuelana dos artigos brasileiros.
Segundo Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), os fornecedores brasileiros da empresa receberam comunicação cancelando encomendas.
"Para as compras para qual já havia carta de crédito não há problema. O pagamento está garantido", disse ele.
A Agroisleña, fundada por imigrantes espanhóis há 50 anos, tem 52 agências no país e vende cerca de 60% das sementes usadas na Venezuela. Também vende maquinaria e implementos agrícolas, além de oferecer financiamento de cultivos.
"Isso nos preocupa porque a Venezuela é o maior mercado para implementos agrícolas do Brasil", diz Cesale. "Também preocupa que Chávez tenha afirmado que vai acabar com os latifúndios. Gera muita insegurança no campo", continua ele.
O Brasil vende em torno de US$ 150 milhões por ano em implementos agrícolas à Venezuela _a conta não inclui tratadores e colheitadeiras.
A compra compulsória da Agroisleña o governo promete pagar um preço "justo" pela empresa foi anunciada na TV por Chávez, no último domingo. Ontem, agentes do governo ocuparam as agências da companhia.
Em cadeia de rádio e TV, o presidente venezuelano acusou a Agroisleña de "envenenar" as terras do país ao vender agrotóxicos e de superfaturar a venda de fertilizantes. A companhia negou as acusações.
O governo Chávez considera estratégico o setor de alimentos e vem avançando em seu controle estatal _desde a produção até à a comercialização.
No domingo, o presidente prometeu "radicalizar" a revolução agrária. Além da decisão sobre Agroisleña, anunciou a nacionalização de terras de uma filial da companhia britânica de carnes Vestey no centro do país.
A Venezuela importa 70% dos alimentos que consome e o governo diz que o objetivo é diminuir a dependência externa. Empresários do setor ligados ao agronegócio, porém, dizem que a área cultivada do país caiu 22% só neste ano por conta das medidas do governo.
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