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Por falta de chuvas, usinas térmicas poderão ficar ligadas por mais tempo
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CIRILO JUNIOR
DO RIO
O custo para manter as usinas termelétricas ligadas este ano para poupar os níveis dos reservatórios somará R$ 500 milhões, de acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Esse valor, repassado nas contas de luz, pode subir ainda mais caso essas usinas tenham que permanecer ligadas após o período previsto, de maio a novembro. Essa possibilidade é admitida pelo diretor-geral do ONS, Hermes Chipp. Ele explicou que o período seco -- com menos chuvas -- foi mais rigoroso esse ano, devido ao fenômeno climático La Niña.
Outro fator que vem reduzindo o nível dos reservatórios ao menor patamar desde 2001, ano do apagão, é o forte crescimento da demanda por energia elétrica. Chipp projeta que o consumo vai crescer, pelo menos, 8% este ano.
"Existe a possibilidade de acionarmos as térmicas depois de novembro. Nosso planejamento é feito no curto prazo, e teremos que esperar o comportamento das chuvas ao longo deste mês. Desde setembro, a situação vem melhorando muito", afirmou Chipp, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
As usinas termelétricas geralmente são acionadas nessa época do ano para preservar os níveis dos reservatórios. Gerar energia térmica custa mais caro do que a usina hidrelétrica, que usa a água dos reservatórios. Daí o custo adicional que é embutido aos consumidores.
Chipp descartou o acionamento de usinas termelétricas movidas a óleo, cuja geração é ainda mais cara do que as que são movidas a gás ou biomassa. Em 2008, boa parte dessas usinas foram ligadas, acarretando um custo adicional de R$ 2,3 bilhões.
No ano passado, esse valor totalizou R$ 130 milhões, bem menor devido ao fato de ter chovido bem mais e os reservatórios não estarem mais vazios. No sistema sudeste/centro-oeste, o principal do país, 47% deles estão preenchidos. O nível de segurança mínimo previsto para novembro é que 39% dos reservatórios da região estejam ocupados.
"Vamos chegar com uma sobra de pelo menos 6 p.p. (pontos percentuais) em novembro. É uma folga razoável", observou Chipp.
Com esse excedente, o ONS projeta transferir mais energia para a região nordeste, cujos reservatórios tem 43% de ocupação, pouco acima dos 40% mínimos de segurança traçados para este mês. Em novembro, esse nível mínimo sobe para 45%.
Atualmente, estão sendo transferidos de 500 MW a 1.000 MW médios por dia para o nordeste. Outros 1.200 MW a 1.300 MW estão sendo repassados para a região norte.
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