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27/12/2010 - 18h47

Bovespa perde 1% no fechamento; mercado reage mal à alta dos juros na China

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DE SÃO PAULO

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) cumpriu os dois "prognósticos" para o dia: teve um giro bastante fraco de negócios, num mês já "anêmico" nesse quesito; e por fim, não resistiu à má notícia do final de semana: o aperto monetário chinês, o que renova temores de que o gigante asiático amenize seu apetite por commodities (matérias-primas).

A Bolsa brasileira tem entre suas ações de maior importância justamente os papéis de empresas baseadas nas matérias-primas demandas pela China. Dessa forma, o mercado somente deu prosseguimento ao mau humor de final de ano, que substituiu a tradicional corrida por ações prevista para dezembro.

A ação preferencial da Vale, que sozinha teve volume de R$ 412 milhões, teve perdas de 1,89%, enquanto a ordinária cedeu 2,8%. Ainda no rol das minedoras e siderúrgicas, a ação da Usiminas desvalorizou 1,4%, enquanto a ação da Gerdau ficou 2,1% mais barata.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, recuou 1% no fechamento, aos 67.803 pontos. O giro financeiro foi de apenas R$ 3,11 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York teve perdas de 0,13%.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,690, em leve baixa de 0,05%. A taxa de risco-país marca 175 pontos, cifra 1,68% abaixo da pontuação anterior.

CHINA

O Banco do Povo (o banco central desse país) anunciou no sábado o aumento em 0,25 ponto percentual os juros básico, o que eleva a taxa de empréstimos para 5,85% ao ano. A taxa para remuneração de depósitos de um ano também foi ajustada, para 2,75% ao ano.

Trata-se da segunda vez em três meses que as autoridades chinesas ajustam os juros básicos da economia, em uma nova tentativa para conter a inflação e impedir a formação de 'bolhas' de preços em ativos financeiros. Ao aumentar essas taxas, o governo no custo do dinheiro no sistema bancário: os empréstimos para consumo e investimentos tendem a ficar mais caros.

EXPECTATIVAS

O economista Clodoir Viera, da Corretora Souza Barros, mostra expectativas moderadas em suas projeções para 2011.

"As economias desenvolvidas seguirão incapazes de caminhar com as próprias pernas, impossibilitando a retirada de medidas de estímulo. Enquanto isso, os emergentes devem seguir puxando o crescimento global, mas não no ritmo atual, já que nessas economias a retirada dos estímulos será necessária para evitar uma 'super demanda', provocando assim inflação", avalia, para acrescentar: "o que nós temos que nos preocupar é com o ritmo dessa desaceleração, principalmente a da China".

Vieira, não obstante, trabalha com três cenários para o Ibovespa no ano que vem: o pessimista, quando o índice atingiria os 78.500 pontos; o cenário conservador, em que o índice bate os 81.500 pontos, e o otimista, quando o índice alcança os 84.500 pontos. Isto é, na pior de suas hipóteses, a Bolsa pode apresenta um potencial de ganho de 14,6%, e na melhor, de 23,4%.

Entre as ações recomendadas para o ano que vem, ele aponta os papéis das empresas Bradesco, Itaú-Unibanco, BR Malls, Pão de Açúcar, Petrobras, Vale, Random, Vivo, Duratex e Localiza.

BRASIL

Entre as poucas notícias de importância no dia, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, apontou que a maioria dos economistas do setor financeiro elevou novamente as projeções para inflação de 2011 -- de 5,29% para 5,31%. Para este ano, o IPCA previsto aumentou de 5,88% para 5,90%.

A balança comercial brasileira teve superavit de US$ 2,17 bilhões na quarta semana deste mês, acumulando um superavit de US$ 3,95 bilhões no mês. O Ministério do Desenvolvimento destaque o volume exportado neste ano, de quase US$ 198 bilhões, superou a marca histórica registrada em 2008.

No front externo, a agenda de indicadores ganha importância a partir de amanhã, com a divulgação de uma nova sondagem sobre o otimismo do consumidor americano, e a pesquisa S&P/Case Shiller (setor imobiliário dos EUA).

 

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