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06/01/2011 - 17h24

Venezuela fecha o ano com inflação de 27,2%, recorde na América Latina

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DA FRANCE PRESSE, EM CARACAS

A Venezuela registrou em 2010 uma inflação recorde na América Latina, de 27,2%, maior que a de 2009 (25,1%), segundo números divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central do país (BCV).

O aumento dos preços é considerado, então, superior às cifras provisórias (26,9%) comunicadas semana passada pelo BCV.

O governo prevê uma alta dos preços de 23% a 25% em 2011.

"Pudemos observar no segundo semestre do ano uma clara tendência à redução das pressões inflacionárias", diz o BCV.

Mas, para analistas, a supressão recente da taxa de câmbio preferencial do dólar para produtos básicos, equivale a uma desvalorização do bolívar, a moeda local, o que poderia elevar a inflação deste ano acima da do ano passado.

O PIB (Produto Interno Bruto) da Venezuela teve um recuo de 1,9% em 2010, em baixa pelo segundo ano consecutivo, devido a problemas econômicos estruturais.

O país, o primeiro exportador de petróleo da região, é amplamente importador de matéria-prima agrícola e sofre com o desabastecimento recorrente de alguns produtos.

Os níveis de investimento e de produtividade baixaram de maneira preocupante no país sul-americano devido à intensificação dos confiscos de terra por parte do governo e das fortes chuvas que afetaram, recentemente, 130 mil pessoas, além de deixar milhares de propriedades agrícolas inundadas, segundo os analistas.

Só em 2010, o Observatório da Propriedade Privada registrou 535 casos de expropriações por parte do Estado, principalmente no setor agropecuário.

Mas o governo afirma que a economia entrará no caminho do crescimento este ano, depois de cair 3,3% em 2009 e 1,9% em 2010. Recentemente, o ministro das Finanças, Jorge Giordani, estimou que o PIB pode crescer acima de 2% em 2011.

Concretamente, especialistas preveem que em 2011 prosseguirão as quedas do consumo (queda de 2,8%) e do investimento (redução de 4,8%) registradas em 2010 pelo BCV, impondo obstáculos às metas de governo.

"Sem investimento e sem consumo, de onde poderá sair o crescimento econômico?", indagou o presidente da Academia Nacional de Ciências Econômicas, Pedro Palma.

"A tarefa deste ano é lutar contra a especulação e contra a inflação, gerar crescimento econômico e condições para a produção de bens e serviços, e buscar satisfazer as necessidades do povo venezuelano", disse à AFP Manuel Barroso, presidente da CADIVI, a entidade oficial que administra a concessão de divisas no país, no qual está em vigor um severo controle cambial.

 

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