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19/01/2011 - 16h22

PF prende ex-superintendente e mais sete por desvio de cargas em Paranaguá

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JEAN-PHILIP STRUCK
DE CURITIBA

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira oito pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha que desviava cargas do porto de Paranaguá (PR), segundo maior do país.

Um dos presos é Daniel Lúcio de Oliveira de Souza, ex-superintendente da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina). Souza comandou a administração entre outubro de 2008 e abril de 2010. A PF não divulgou qual é o papel do ex-superintendente no esquema de desvios.

Agentes da PF também cumpriram um mandado de busca e apreensão no apartamento em Curitiba de Eduardo Requião, irmão do ex-governador do Paraná e senador eleito Roberto Requião (PMDB). Eduardo ocupou o cargo de superintendente da Appa entre 2003 e 2008, quando seu irmão era governador.

Os oito presos foram levados para a sede da Superintendência Regional da PF em Curitiba.

As prisões fazem parte da Operação Dallas. Ao todo, estão sendo cumpridos dez mandados de prisão temporária em Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro, além de 29 mandados de busca e apreensão em empresas, terminais portuários, casas dos investigados e na sede da Appa.

Segundo a Receita Federal, que participou da operação, a quadrilha é suspeita de desviar 10 mil toneladas de cargas anualmente, especialmente soja, farelo, milho, açúcar e trigo. Ainda segundo a Receita, só em soja o desvio chega a R$ 8,3 milhões.

As investigações começaram há dois anos, após a Receita Federal receber reclamações de exportadores que se queixavam do sumiço de parte das cargas embarcadas em navios graneleiros.

Segundo a Receita, parte do grupo preso nesta quarta é proprietário de um terminal de embarque no porto e de empresas exportadoras. A suspeita é de que eles se apropriavam da "retenção técnica", um percentual a mais de carga enviado pelos exportadores para cobrir perdas que podem acontecer em operações de armazenagem e embarque de granéis.

Segundo a Receita, quando o embarque era finalizado, os suspeitos informavam aos exportadores que não havia sobrado qualquer retenção. Depois, eles comercializavam a "sobra" ilegalmente no mercado interno.

De acordo com a PF, os envolvidos podem ser indiciados por estelionato, apropriação indébita, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas de informática, descaminho (contrabando) e formação de quadrilha.

Em nota, a administração do porto afirmou que os documentos solicitados pela Polícia Federal foram entregues e que a atual administração pretende contribuir com todas as diligências da autoridade policial.

A defesa do ex-superintendente Souza não foi localizada pela reportagem.

 

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