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Corretora coreana quer guerra de taxas
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MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Assim como aconteceu no mercado brasileiro de automóveis e eletrônicos, os sul-coreanos buscam espaço entre as corretoras unindo tecnologia e preços baixos. Os mais baixos possíveis. A Mirae Asset, maior corretora da Coreia do Sul, lançou seu home broker (sistema de negociação de ações pela internet) no Brasil há duas semanas oferecendo taxa de corretagem (tarifa por operação) de apenas R$ 0,99.
A promoção é válida para os primeiros 2.011 clientes cadastrados e tem duração de dois anos. Mais de mil contas já foram abertas, segundo a empresa. Para os demais, a taxa será de R$ 2,90, ainda assim a menor do mercado. Antes, a mais barata era a da TOV e a da Icap (R$ 5).
"O nosso plano é sermos os mais baratos para sempre. Se alguém acompanhar o preço, cortamos pela metade", frisa Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset. As outras corretoras não estão dispostas a entrar nessa briga. TOV e Icap disseram que vão manter suas taxas.
"A taxa já está muito barata, e a demanda que temos visto em nossos clientes não é por preço, é por serviço", afirma Paulo Levy, Diretor Executivo da Icap Brasil.
A corretora, que oferece também uma conta especial com mais produtos e taxa de corretagem de R$ 20, lança amanhã uma conta flex, em que a taxa será de R$ 10 e o investidor escolherá dois serviços da conta mais cara.
PREÇO E QUALIDADE
Apesar da concorrência baratear os investimentos, a guerra de preço pode afetar a qualidade do serviço, afirma Alan Soares, da Trader Brasil Escola de Investidores. Ele observa que bons home brokers exigem gastos pesados em tecnologia. Além disso, com o crescimento do mercado, está mais caro contratar bons profissionais.
"Será que a empresa tem analistas certificados? Será que oferece consultores para que você possa ligar, tirar suas dúvidas?", questiona. A TOV, que por muito tempo ofereceu a taxa mais barata, foi a corretora que recebeu mais queixas na CVM (Comissão de Valores Imobiliários) no primeiro semestre de 2010, último balanço divulgado. Foram 36.
A gerente de comunicação da TOV Corretora, Andrea Carvalho, garante que isso foi superado: "Investimos R$ 7 milhões em tecnologia. Estamos atendendo com qualidade e não ocorrem mais aquelas quedas absurdas (do sistema)".
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