Em dia instável, Bovespa tem alta modesta no fechamento

O investidor se mostrou pouco disposto a levar o índice Ibovespa muito além dos 67 mil pontos. O mercado brasileiro ainda se ressente da relativa ausência do capital estrangeiro na praça, o que deixa a Bovespa sem uma tendência firme no curto prazo e "descolada" de sua referência principal: as Bolsas americanas. Wall Street não reagiu bem aos indicadores frustrantes divulgados hoje, mas se recuperou nas últimas horas.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, registrou uma alta modesta de 0,16% no fechamento, aos 67.684 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,97 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avança 0,32% antes da conclusão dos negócios.

A ação ordinária da BM&FBovespa (a administradora da Bolsa) valorizou 1,97% no pregão de hoje, em meio a notícias sobre um acordo operacional com a Bolsa de Xangai, conforme publicado pelo diário britânico Financial Times, mas ainda não confirmado pela empresa. Ontem, a forte retração desse papel afetou o desempenho do índice.

Já a ação ordinária do Banco do Brasil recuou 0,63%, com forte giro de R$ 300 milhões. Os papéis dos rivais Itaú e Bradesco subiram 0,95% e 0,12%, respectivamente. A instituição financeira revelou um lucro histórico de R$ 11,7 bilhões para o exercício de 2010, em linha com as expectativas.

O setor de varejo, um dos mais "castigados" nos pregões recentes, teve um desempenho misto: as ações de Lojas Americanas e AmBev subiram, respectivamente, 0,6% e 0,55%, enquanto os papéis de Pão de Açúcar e Lojas Renner tiveram perdas de 0,66% e 0,01%, nesta sequência.

Ontem à noite, a Renner anunciou um lucro líquido de R$ 308 milhões para o exercício de 2010, resultado 62,5% superior aos R$ 189,6 milhões de 2009. Relatório da Link Investimentos o crescimento das vendas nas lojas mais antigas (abertas há 12 meses, no mínimo) e o caixa robusto da empresa --"esse resultado acima da expectativa do mercado, em termos de vendas e de lucro líquido, deve continuar impulsionando as ações nos próximos dias", avalia o departamento de análise da corretora.

O dólar comercial foi cotado por R$ 1,663, em queda de 0,53%. A taxa de risco-país marca 168 pontos, número 2,89% abaixo da pontuação anterior.

EUA

Entre as notícias mais importantes do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA reportou um aumento de 25 mil registros na demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego, que atingiu o montante de 410 mil pedidos na semana do dia 12. Economistas do setor financeiro projetavam um número menor, na casa dos 400 mil.

O mesmo órgão revelou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) variou 0,4% em janeiro, mesmo valor registrado em dezembro (dado revisado). O resultado ficou em linha com a projeção do mercado.

O índice de Indicadores Antecedentes, da entidade privada Conference Board, apontou um crescimento de 0,1% em janeiro, ante um avanço de 0,8% em dezembro e de 1,1% em novembro. Esse indicador, uma síntese de vários indicadores econômicos, busca antecipar as tendências econômicas. Economistas do setor financeiro projetavam uma variação de pelo menos 0,3%.

A Espanha conseguiu captar 3,46 bilhões de euros (US$ 4,691 bilhões) por meio de títulos entre dez e 30 anos, oferecendo juros menores do que na captação anterior, o que é um sinal de maior confiança dos investidores.