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Indusval terá novos sócios e aumento de capital de R$ 200 mi
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GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO
O Indusval, do ex-presidente da BM&F Manoel Félix Cintra Neto, fechou acordo com um grupo de investidores que serão sócios do banco, anunciou em fato relevante divulgado na noite de terça-feira.
O negócio traz Jair Ribeiro, ex-banco Patrimônio, de volta ao mercado financeiro e inclui ainda um fundo de "private equity", o Warburg Pincus, como um dos integrantes do Conselho de Administração do banco, que passará a se chamar Indusval & Partners.
Haverá ainda um aumento de capital no banco de ao menos R$ 200 milhões --que pode chegar a R$ 280 milhões caso os minoritários exerçam seu direito de subscrição.
Pelo acordo, o Warburg Pincus fará um aporte de R$ 150 milhões no Indusval e receberá, em troca, entre 22% e 27% de participação no banco --dependendo da adesão dos minoritários à oferta--, afirmou uma fonte ligada às negociações à Folha.
O sócio-diretor do fundo Alain Belda passará a integrar o conselho do banco, mas não terá participação no controle acionário nem direito a voto, já que o Banco Central não permite que fundos de "private equity" tenham participação no controle de instituições financeiras.
Além disso, o Indusval vai realizar um investimento de R$ 25 milhões para adquirir 17,7% da Sertrading, empresa de serviços de comércio exterior. A compra dessa participação faz parte da estratégia do banco de crescer no segmento de crédito corporativo, já que proporcionará um acesso a grandes empresas que são, hoje, clientes da Sertrading.
Paralelamente, os acionistas da companhia de comércio exterior, entre eles Jair Ribeiro e Alfredo de Goeye, farão um investimento de R$ 30 milhões no Indusval, adquirindo, também, parte do capital do banco. Ribeiro será co-presidente do banco e, após a aprovação da operação pelo Banco Central, terá cerca de 6% de participação no controle acionário do banco e uma cadeira no Conselho de Administração, segundo a mesma fonte.
CONTROLE
Hoje, os acionistas controladores do Indusval, Manoel Félix Cintra Neto, Luiz Masagão e Carlos Ciampolini possuem 63% do capital do banco. Após a operação, essa fatia se reduzirá para 52%, podendo subir novamente para 58% após a aprovação da entrada de Jair Ribeiro no controle da instituição.
Para manter o controle do banco, os principais acionistas farão um aporte de R$ 21 milhões. Somados, os aportes do Warburg Pincus, dos acionistas da Sertrading e dos atuais controladores do Indusval garantem um aumento de capital de pelo menos R$ 201 milhões ao banco. Esse aporte será imediato.
Outros R$ 80 milhões poderão entrar no banco caso os minoritários decidam exercer seus direitos na oferta, operação que tem 30 dias para acontecer, a partir da publicação do fato relevante, nesta quarta-feira.
O negócio, que visa reforçar a estratégia do banco em crédito corporativo, mercado de capitais e comércio exterior, conta ainda com uma linha de crédito de US$ 25 milhões que será estendida ao Indusval pelo JP Morgan por dois anos.
Em troca, o JP deterá uma opção de compra, com vencimento em cinco anos, que permitirá a ele subscrever uma participação minoritária de cerca de 2,5% do banco, após o aumento de capital. O banco não terá nenhuma participação na gestão do Indusval.
Em uma operação paralela, a Sertrading irá adquirir as operações no Brasil e na Argentina dos serviços do JP Morgan de logística e comércio exterior, a JPMorgan Chase Vastera do Brasil e JP Morgan Vastera Argentina.
Em 2010, o Indusval registrou lucro líquido de R$ 29 milhões, sobre um patrimônio líquido de R$ 430 milhões e uma carteira de crédito de R$ 1,9 bilhão --dado fechado em 31 de dezembro do ano passado.
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