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31/05/2011 - 19h16

Abilio Diniz nega ter descumprido acordo de acionistas

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DE SÃO PAULO
DA REUTERS

O presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, Abilio Diniz, enviou comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta terça-feira em que afirma não ter recebido "qualquer comunicação a respeito do pedido de arbitragem" do Casino, grupo francês com quem divide o controle da maior varejista do Brasil.

"Informo, ainda, que não descumpri qualquer disposição dos acordos de acionistas arquivados na companhia, nem dos demais contratos celebrados entre os acionistas controladores", disse na nota.

O presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar disse ainda que manterá a empresa "informada dos desdobramentos relativos a este assunto".

O Casino entrou com pedido de arbitragem internacional contra a família Diniz, com quem divide o controle do Pão de Açúcar, em meio a especulações de que o presidente do conselho da maior varejista do Brasil tenha abordado o Carrefour para discutir uma possível fusão.

NEGOCIAÇÕES

Diniz teria iniciado as negociações após temer que Wal-Mart e a chilena Cencosud estivessem interessadas em adquirir os ativos brasileiros do Carrefour, segundo uma fonte disse à Reuters.

O Casino, que afirmou à Reuters na última semana não ter concedido aprovação para que a família Diniz iniciasse as conversas com o rival francês, quer que Diniz cumpra o acordo de acionistas que possui.

"O Casino arquivou em 30 de maio um pedido de arbitragem junto à Câmara Internacional de Comércio [ICC] contra o grupo de Diniz", afirmou a companhia francesa em comunicado.

O Casino exige que a família Diniz "cumpra e desempenhe suas obrigações previstas no acordo de acionistas de 27 de novembro de 2006, relacionado à holding criada por ambos, a Wilkes".

O pedido junto à ICC serve para lembrar Diniz que ele não pode negociar sem autorização do Casino, segundo uma fonte.

Uma fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil ajudaria a reduzir a fragmentação do setor varejista doméstico, 60% dominado por dez grandes grupos. A associação também garantiria à empresa combinada uma fatia de 28% do mercado e redução de custos de mais de US$ 1 bilhão ao ano, de acordo com estimativa de analistas do Bank of America Merrill Lynch.

As conversas com o Carrefour ocorrem enquanto a família Diniz se prepara para discutir o exercício de opção do Casino para adquirir o controle total do Pão de Açúcar, que se torna válido em junho de 2012.

Ao unir forças com o Carrefour no Brasil, o Pão de Açúcar ganharia escala e equilibraria a erosão vista nas margens desde que ingressou no segmento de eletroeletrônicos, afirmam analistas. A empresa combinada teria três vezes o tamanho da unidade brasileira do Wal-Mart, segundo o Bank of America Merrill Lynch.

Diniz e Casino criaram em 2005 uma holding chamada Wilkes, por meio da qual controlam seus interesses no Pão de Açúcar. A Wilkes detém cerca de 66% do poder de voto no Grupo Pão de Açúcar, além de poder eleger membros da diretoria e definir estratégias de forma unânime.

O conselho de administração do Pão de Açúcar conta com 14 membros, incluindo cinco representantes do Casino, cinco da família Diniz e quatro diretores independentes.

Com a Reuters.

 

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