Com nova proposta, Bosch do PR consegue dividir grevistas

Atualizado às 16h04.

Com uma nova proposta de PLR (Participação nos Lucros e Resultados), a Bosch dividiu o movimento de greve na unidade de Curitiba, que paralisou as atividades na última sexta-feira.

Apesar da resistência dos metalúrgicos, que rejeitaram a proposta na manhã desta terça-feira (21), os funcionários administrativos concordaram em receber R$ 6.000 de PLR, com adiantamento de R$ 5.200 em julho. O Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba pede R$ 9.000 no total.

Metalúrgicos da Bosch em Curitiba iniciam greve

A Bosch afirma que apenas uma "minoria" dos trabalhadores continua em greve. Segundo a empresa, além dos funcionários administrativos, que são cerca de 950, parte dos metalúrgicos de chão de fábrica também aceitou a proposta e voltou a trabalhar.

Nesta manhã, por exemplo, cerca de 56% dos funcionários do turno estão trabalhando, de acordo com a Bosch.

O sindicato afirma que a greve continua e diz que os metalúrgicos que voltaram a trabalhar foram alguns "gatos pingados".

A fábrica da Bosch em Curitiba, que emprega cerca de 3.600 pessoas, produz bombas injetoras para veículos a diesel --fornecidas para montadoras de veículos pesados (ônibus, caminhões e tratores). A maior parte das vendas da unidade é exportada.

A Bosch afirmou, em nota, que irá "tomar as medidas legais" para que se interrompa a greve. Segundo a empresa, o valor de R$ 6.000 para a PLR foi uma tentativa da empresa de "se aproximar o máximo possível das expectativas dos funcionários", mas já está "acima do ideal para a competitividade e perenidade dos negócios".

O sindicato sustenta que outras empresas do mesmo porte da Bosch na região de Curitiba deram PLR maior do que o proposto pela Bosch.

Trata-se do mesmo sindicato que encampou a greve da unidade da Volkswagen no Paraná, no mês passado, que gerou um prejuízo de R$ 1,1 bilhão. Foi a maior da história da unidade (durou 37 dias) e rendeu um PLR de R$ 11,5 mil aos trabalhadores.