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Mesmo com prejuízo, Fibria mantém política financeira
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DA REUTERS
Após registrar forte prejuízo líquido no terceiro trimestre por conta da variação cambial, a Fibria afirmou que não haverá nenhuma mudança na estratégia de hedge no quatro trimestre.
Entre julho e setembro, a maior produtora mundial de celulose teve prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão, contra lucro de R$ 303 milhões um ano antes.
O prejuízo contábil foi decorrente, sobretudo, do resultado financeiro negativo. Quase a totalidade da dívida da Fibria é denominada em moeda estrangeira e o dólar teve valorização de cerca de 20% sobre o real ao longo do terceiro trimestre.
Analistas consultados pela Reuters já previam resultado final negativo para a empresa. O prejuízo veio exatamente em linha com a média das estimativas de cinco analistas.
"Não haverá nenhuma alteração na política, na nossa estratégia de hedge no quatro trimestre", afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores da Fibria, João Elek, em teleconferência com jornalista nesta quarta-feira.
"Continuamos firmemente protegendo nosso fluxo de caixa.. e protegemos com instrumentos absolutamente conservadores, meramente de proteção, sem nenhum componente de alavancagem."
No balanço divulgado na manhã desta quarta-feira, a Fibria informou que as operações de hedge tiveram um resultado financeiro negativo de R$ 558 milhões, sendo que R$ 541 milhões representaram a variação contábil entre os resultados do segundo e terceiro trimestres.
"[O hegde] é um dos instrumentos que nós temos [de proteção]. Nós protegemos o fluxo de caixa para os próximos 12 meses na ordem de 60% a 65%", explicou Elek.
Em 2008, a Aracruz, que após a fusão com a VCP se tornou a Fibria, sofreu fortes prejuízos por conta de operações com derivativos cambiais após a valorização do dólar durante a crise financeira. As operações fizeram com que, até hoje, a companhia tenha forte endividamento.
A Fibria encerrou o terceiro trimestre com uma dívida líquida de R$ 9,54 bilhões, valor 6% inferior ao mesmo período do ano passado, mas 20% maior que o obtido no final do segundo trimestre.
"Assim como todas as empresas exportadoras, a Fibria mantém a maior parte da sua dívida em moeda estrangeira, sendo impactada no curto prazo pela volatilidade do câmbio", afirmou o presidente-executivo da companhia, Marcelo Castelli.
INVESTIMENTOS
Mesmo com o projeto de dobrar a capacidade de produção de celulose na unidade de Três Lagoas (MS) em 2014, a Fibria deve pisar no freio e reduzir o volume de investimentos para 2012, na comparação com este ano, já que os maiores investimentos no plano de expansão ocorreram no final de 2010 e início de 2011, disse Casteli.
"Nosso Capex em 2012 será menor que em 2011. Esse assunto está sendo discutido e vai ser aprovado... eu não posso dizer qual é o valor, mas confirma a tendência de redução do Capex", disse o presidente.
"A maioria dos investimentos que assegure a nossa janela de entrada, dadas as condições de mercado até 2014 já estão feitos."
EBITDA TAMBÉM RECUA
O Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação-- da Fibria foi de R$ 476 milhões, queda de 33,6% ante os R$ 717 milhões de um ano antes. O Ebitda reportado é ajustado em itens não recorrentes sem impacto caixa, segundo a companhia.
A receita líquida foi de R$ 1,4 bilhão, queda de 8% na comparação anual. O volume de vendas de celulose foi de 1,2 milhão de toneladas, acréscimo de 7% frente ao terceiro trimestre de 2010.
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