Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/08/2010 - 17h11

Censura imposta por traficantes cala autoridades no México; ouça correspondente

Publicidade

DE SÃO PAULO

Mais dois corpos foram encontrados nesta sexta-feira no município de San Fernando (México), onde foi realizado um massacre de 72 imigrantes. A notícia aumentou a tensão na região, relata Gabriela Manzini, enviada especial da Folha a Matamoros.

O jornal mexicano "El Universal" divulgou que um dos mortos encontrados é o agente do Ministério Público Roberto Javier Suárez Vázquez, que investigava a chacina.

Gabriela Manzini

"Investigações preliminares apontam que a segunda vítima é um delegado de San Fernando que havia sido dado como desaparecido horas antes. Nenhuma autoridade local comenta o caso, elas também estão sob a censura que os traficantes impõem na região", diz a jornalista.

Nesta tarde, o presidente do México, Felipe Calderón, disse que o agente desapareceu há dois dias na cidade de San Fernando, junto com um guarda de trânsito, e que não há informações sobre sua morte até o momento.

CRIME

A Marinha mexicana encontrou os 72 corpos nesta terça-feira (24), em uma fazenda perto da cidade de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, norte do México e perto da fronteira com os Estados Unidos.

Um jovem equatoriano identificado como Freddy Lala Pomavilla teria sobrevivido ao massacre fingindo-se de morto. Ferido com um tiro na garganta, ele chegou a um posto da Marinha mexicana e contou às autoridades sobre o massacre de imigrantes brasileiros e equatorianos.

Freddy relatou que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso, quando tentavam chegar à fronteira com os EUA. Os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas, e ofereceram trabalho como matadores de aluguel por US$ 1.000 quinzenais. Quando os imigrantes recusaram a oferta, os criminosos atiraram.

A Marinha foi até o local e entrou em confronto com o grupo. Pouco depois, encontrou os corpos no rancho. Segundo a polícia, as vítimas, que se acredita sejam migrantes da América Central e da América do Sul --incluindo quatro brasileiros--, parecem ter sido amarradas com os olhos vendados antes de serem enfileiradas em uma parede e mortas a tiros.

Fotografias mostram os corpos sujos de sangue amontoados no chão da fazenda no Estado de Tamaulipas, que se tornou palco dos mais graves episódios da violência relacionada às drogas no México, enquanto o cartel do Golfo e o grupo rival, os Zetas, disputam rotas de tráfico.

Forças de segurança mataram três homens armados e prenderam um outro quando eles se aproximavam da fazenda na quarta-feira, mas vários suspeitos escaparam durante o confronto.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página