Vencedor das eleições no Peru terá tarefa inglória; ouça

Neste domingo (5), se realiza a eleição mais apertada e mais polarizada da história do Peru. Os institutos de pesquisas afirmam que o vencedor deve ter apenas dois pontos de vantagem, o que pode causar instabilidade no país se votos forem contestados, segundo a colunista Patrícia de Campos Mello, enviada especial da Folha a Lima.

A disputa é entre a direitista Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que cumpre 25 anos de prisão por corrupção e desrespeito aos direitos humanos, e o esquerdista Ollanta Humala.

Os peruanos encaram esta eleição como uma disputa entre a democracia e a economia. Humala desperta desconfiança por causa de seu passado estatizante e radical. Já Keiko traz de volta o espectro de violações de direitos humanos e ditadura de seu pai, que deu um "autogolpe" em 92.

Segundo Mello, o vencedor das urnas terá pela frente uma tarefa inglória. "Quem ganhar hoje começa a governar com metade do Peru torcendo contra. Nas ruas, bares, jornais e TVs, as discussões são acaloradas", relata a jornalista no áudio a seguir.

Patricia Campos Mello