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14/10/2011 - 14h39

Morte de Cakoff é uma perda brutal para a cultura, diz Inácio Araújo

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DE SÃO PAULO

A morte de Leon Cakoff significa uma perda importante não só para a vida cultural de São Paulo, mas também do Brasil, diz o crítico da Folha Inácio Araújo.

Cakoff, fundador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, morreu hoje, às 13h, no hospital São José, em São Paulo. Ele tinha 63 anos e, desde dezembro do ano passado, lutava contra um câncer --um melanoma que originou metástase, chegando ao cérebro.

Para Araújo, saberão reconhecer essa perda especialmente aqueles que viveram em um momento em que a circulação da arte e da informação era um tanto quanto restrita.

Eu me lembro desse momento especial em que ele praticamente tinha que arrancar os filmes ao nada e trazê-los para cá. O Leon teve um papel extraordinário, sem dúvida uma pessoa importantíssima. É uma perda brutal para nós", comenta o crítico no áudio a seguir.

Inácio Araujo

Greg Salibian - 25.jun.11/Folhapress
Leon Cakoff, idealizador da Mostra Internacional de Cinema de SP, morreu nesta sexta (14)
Leon Cakoff, idealizador da Mostra Internacional de Cinema de SP, morreu nesta sexta (14)

Nascido Leon Chadarevian em Alepo, na Síria, Cakoff chegou ao Brasil aos oito anos. Adotou o sobrenome Cakoff como pseudônimo, após ter um artigo de jornal censurado pelo próprio veículo, durante a ditadura.

Começou a carreira de crítico de cinema aos 19 anos, escrevendo para o "Diário da Noite" e o "Diário de São Paulo", dos Diários Associados.

Em 1971, com US$ 300 e uma passagem permutada, viajou ao Festival de Cannes e começou a pensar numa maneira de levar filmes de fora do circuito para o Brasil. Em 1974, foi para o departamento de cinema do Masp, onde três anos depois criaria a 1ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que chega agora a sua 35ª edição.

Cakoff integrou a equipe de articulistas da Folha entre 1996 e 2000, ano em que se tornou colaborador do jornal "Valor Econômico". Desde agosto era colunista da Folha.com.

Ele deixa a mulher, Renata de Almeida, com quem teve Tiago e Jonas; e também Laura e Pedro, filhos de seu primeiro casamento, com Vera Lucia Caldas.

FILMES

Em 1999, Cakoff dirigiu, em parceria com Renata, o filme "Volte Sempre, Abbas", sobre a vinda do cineasta iraniano Abbas Kiarostami a São Paulo para integrar o júri da 22ª Mostra. Também com Renata, organizou "Bem-vindo a São Paulo" (2004), filme composto por 17 episódios sobre a cidade de São Paulo filmados por vários cineastas, como o israelense Amos Gitai, o alemão Wolfgang Petersen, o japonês Yoshida e o próprio casal organizador da Mostra.

O último projeto de Leon Cakoff foi o longa "Mundo Invisível", com episódios de cineastas como Wim Wenders e Atom Egoyan, que filmou a volta de Cakoff à terra de seus pais, na Armênia.

 

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