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Relatório americano acusa Rússia e China de espionagem pela internet
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THOM SHANKER
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON
Agências de inteligência americanas, em uma crítica pública incomumente franca à China e Rússia, relataram ao Congresso na quinta-feira que os governos desses dois países roubam tecnologia americana delicada pela internet, como questão de política nacional comum.
De acordo com a nova avaliação de inteligência, China e Rússia se escondem por trás do anonimato de computadores proxy e roteadores dispersos em países terceiros para furtar informações que são propriedade privada de empresas, visando acelerar seu próprio desenvolvimento econômico.
Elas também já alvejaram as redes informatizadas de agências governamentais e universidades, segundo o relatório.
Autoridades americanas vêm há anos dando a entender que China e Rússia eram as suspeitas principais pelo roubo de segredos econômicos pela internet, e essas acusações têm aparecido sob a forma de comentários dispersos em relatórios governamentais. Entre vários episódios altamente divulgados, por duas vezes em dois anos o Google acusou a China de interferências amplas na internet tendo seus usuários como alvos.
Mas, quando pressionadas para dar explicações mais completas, autoridades americanas têm dito que ainda é difícil definir os culpados no ciberespaço. Além disso, elas geralmente enfatizaram que o mais recomendado seria que queixas específicas sobre espionagem na rede de computadores fossem tratadas em canais reservados de governo a governo.
Já o novo estudo de inteligência, compilado como relatório ao Congresso sobre a espionagem econômica e industrial estrangeira nos últimos dois anos, apresenta argumentos pontuais para afirmar que China e Rússia são os atores principais no roubo de segredos econômicos pela internet. As autoridades se deram a trabalho para assegurar que jornalistas fossem alertados quanto ao significado do relatório.
"As redes de computadores de uma grande gama de agências governamentais dos EUA, empresas privadas, universidades e outras instituições do país - todas detentoras de grandes volumes de informações econômicas delicadas - foram alvejadas por ciberespionagem", de acordo com o relatório.
"Atores chineses são os praticantes mais ativos e persistentes de espionagem econômica no mundo", acrescentou o relatório. "Os serviços de inteligência da Rússia estão conduzindo uma gama de atividades para coletar informações econômicas e tecnologia de alvos dos Estados Unidos."
De acordo com o documento, os governos de Pequim e Moscou e seus respectivos serviços de inteligência contratam hackers autônomos, visando ampliar suas capacidades e ocultar a responsabilidade pelas invasões de computadores.
Mesmo países amigos espionam os Estados Unidos através de computadores. O relatório avisa que "alguns aliados e parceiros dos EUA aproveitam o acesso amplo a instituições americanas de que gozam para obter informações econômicas e tecnológicas delicadas dos EUA".
Além disso, alguns dos esforços para roubar segredos econômicos, técnicos e comerciais dos EUA são feitos por empresas estrangeiras, por grupos criminosos organizados e por indivíduos agindo por conta própria.
A espionagem na internet existe dentro dos EUA, mas é sujeita às leis criminais nacionais, e as autoridades de inteligência destacaram que os Estados Unidos não tem a política de praxe de fazer espionagem econômica.
A maior parte da espionagem de alvos econômicos americanos através de redes de computadores vem focando as seguintes áreas, de acordo com o estudo: informática e tecnologia de comunicações; avaliações dos estoques ou reservas de recursos naturais escassos; tecnologias de energia limpa, sistemas de saúde ou farmacêuticas; e informações militares, em especial sobre sistemas marítimos, veículos aéreos não tripulados e tecnologias de aviões e espacial.
O relatório é uma avaliação coletiva feita por 14 agências de inteligência americanas e foi compilado pelo Escritório da Executiva Nacional de Contra-inteligência, que se reporta ao diretor nacional de inteligência.
Embora tenha descrito o roubo de informações econômicas e comerciais como ameaça à segurança nacional, o estudo diz que não há estimativas confiáveis quanto ao valor monetário dos prejuízos.
"Muitas companhias não tomam conhecimento do furto de seus dados sensíveis, e as que descobrem com frequência relutam em denunciar o roubo, temendo potenciais prejuízos a sua reputação junto a investidores, clientes e funcionários", diz o estudo.
O relatório conclui com uma série de recomendações de "melhores práticas", incluindo estratégias para determinar quão aberta uma empresa precisa ser na internet, programas para avaliar ameaças desde o interior de uma empresa, esforços para fazer a gestão melhor de dados e uma ênfase sobre segurança e auditoria de redes.
Esta última categoria poderia incluir o monitoramento de redes de computadores em tempo real para detectar invasões, softwares potentes para proteger arquivos e a encriptação de informações corporativas, além de melhores programas de autenticação de usuários, como o uso de dados biométricos, senhas complicadas e perguntas com respostas que são do conhecimento apenas de funcionários autorizados.
TRADUÇÃO DE CLARA ALLAIN
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