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04/11/2011 - 15h27

Grécia começa sessão para votar moção de confiança ao governo

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Parlamento grego iniciou na tarde desta sexta-feira os debates prévios ao voto de confiança solicitado pelo governo socialista de George Papandreou, que enfrenta uma grave crise econômica e política, informou o canal de televisão parlamentar.

O voto de confiança foi pedido na segunda-feira pelo primeiro-ministro após o anúncio de um projeto de referendo sobre o plano europeu de ajuda ao país. O projeto de referendo foi abandonado oficialmente nesta sexta-feira, ante o pânico que provocou nos mercados e entre os sócios da Grécia na zona do euro.

Ministros, deputados e conselheiros de Papandreou continuam em intensas negociações e discussões antes da votação. Na conjuntura atual, qualquer resultado é possível.

Na quinta-feira, o governo de Papandreou perdeu a maioria absoluta no Parlamento, depois de duas deputadas socialistas anunciarem o fim de seu apoio ao Executivo. Com estas deserções, o partido governista Pasok ficou com 150 das 300 cadeiras no Parlamento de Atenas.

Panagiotis Tzamaros/Reuters
Premiê grego, George Papandreou, (à dir). após fazer discurso no Parlamento
Premiê grego, George Papandreou, (à dir). após fazer discurso no Parlamento

Papandreou encerrará os debates antes do início da votação, prevista para meia-noite local (20h em Brasília). Na noite de quinta-feira, ele disse que está disposto a fazer concessões, em resposta à proposta da oposição de formar de um governo transitório para assegurar a adoção do plano de ajuda.

"Não estou amarrado a nenhum assento, o que me interessa é salvar a pátria", disse. Contudo, um pouco mais tarde, rejeitou a possibilidade de uma renúncia, o que provocou a ira do seu adversário conservador, Antonis Samaras, que adiantou que seu grupo votará contra a confiança.

Papandreou abandonou a ideia de um referendo sobre o acordo de ajuda europeu para se fortalecer. A oposição grega e os parceiros da Europa viam nesta consulta pública uma ameaça à permanência do país na zona do euro e à estabilidade da moeda comum.

Nesta sexta-feira, o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, afirmou em um comunicado que informou ao comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, ao ministro alemão das Finanças Wolfgang Schäuble e ao chefe do Eurogrupo Jean-Claude Juncker "a decisão da Grécia de não realizar um referendo".

Venizelos disse a seus colegas da União Europeia que manterá seu voto de confiança, com o objetivo de formar um gabinete de união nacional. "Queremos conseguir o maior consenso possível com a formação de um governo neste sentido".

Editoria de arte/folhapress

Segundo o veterano socialista, Télémaque Hytiris, Papandreou terá o apoio do Parlamento desde que se comprometa a iniciar "a partir de amanhã os procedimentos para a formação de um governo de união".

No caso de um acordo entre socialistas e conservadores, este governo de transição terá a responsabilidade de adotar o plano, já odiado pela população e rejeitado pelos sindicatos, para 2012.

"Minha posição é clara, é necessário começar de imediato as discussões para a formação de um governo amplo e estabelecer, logo em seguida, o procedimento eleitoral", em vista das eleições antecipadas, afirmou Papandreou na quinta-feira.

ENTENDA

O anúncio do premiê grego de que vai submeter o pacote de resgate a um referendo popular ameaçou intensificar a crise da zona do euro, gerou críticas de líderes europeus, derrubou as principais bolsas e levou a oposição pedir a saída de Papandreou.

A Grécia criou na quarta-feira uma comissão para preparar a consulta à população, segundo anunciou o ministro do Interior, Haris Kastanidis.

"Este anúncio pegou a Europa inteira de surpresa", disse Sarkozy. "O plano é a única maneira de resolver o problema da dívida da Grécia."

O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, enfatizou que as negociações sobre o plano europeu para salvar a Grécia da falência não podem ser reabertas. "O programa integral que acordamos na semana passada não pode ser colocado novamente sobre a mesa", afirmou.

Os líderes da zona do euro concordaram na semana passada em conceder a Atenas um segundo pacote bilionário e um corte de 50% em sua dívida. Em contrapartida, a Grécia deve se comprometer em continuar com uma política de cortes de gastos como privatizações, redução de empregos públicos e cortes salariais.

Papandreou disse que precisava de maior apoio político para as medidas fiscais e as reformas estruturais exigidas pelos credores internacionais. "A vontade do povo grego será imposta", disse o premiê ante o grupo de parlamentares socialistas, ao anunciar que submeteria o pacote a um referendo popular.

 

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